O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou ao Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) uma avaliação sobre a morte de um bebê durante o parto no Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. O órgão também pediu a abertura de um inquérito policial para apurar o caso.
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A família da gestante Dayla Fernanda Pedroso Ramos acusa o hospital de negligência durante o trabalho de parto. Segundo o pai da criança, Edemar Leitemperger, após a indução do parto, a esposa passou mais de uma hora sendo submetida a uma tentativa de parto normal, acompanhada apenas por enfermeiras. “Duas enfermeiras fazendo o parto da minha mulher, e o médico não está aqui”, relatou. Dayla foi submetida a uma cesárea de emergência, mas o bebê não resistiu.
A prefeitura informou que o médico responsável pelo atendimento foi afastado preventivamente até a conclusão de uma sindicância para apurar se houve irregularidade ou negligência. Em nota publicada em 26 de abril, a administração municipal detalhou as medidas adotadas, incluindo acolhimento à família, sindicância interna e análise do caso pela Comissão de Óbito.
Em comunicado posterior, a prefeitura esclareceu que o atendimento seguiu os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e que partos de baixo risco, com evolução natural, são acompanhados por enfermeiras obstétricas. No entanto, o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) afirma que há obrigatoriedade de equipe médica multidisciplinar, composta por gineco-obstetra e pediatra ou neonatologista, em toda sala de parto, visando à redução de danos e riscos.
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Este caso se soma a outros episódios recentes que levantaram preocupações sobre a qualidade do atendimento no Hospital Ruth Cardoso.
Gabinete da prefeita de Balneário Camboriú será transferido para hospital após morte de bebê
Em agosto de 2024, dois bebês morreram em um intervalo de 24 horas na unidade, gerando revolta nas famílias e protestos em frente ao hospital. As famílias alegaram falhas no atendimento e registraram boletins de ocorrência. A Polícia Civil e o CRM-SC iniciaram investigações para apurar as circunstâncias das mortes.
A prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, cobrou revisão imediata dos protocolos no hospital após a morte de um recém-nascido. A equipe de transição anunciou ações para reforçar os procedimentos de cuidado materno-infantil, destacando a importância do Comitê Regional de Prevenção dos Óbitos Materno, Infantil e Fetal de Santa Catarina.
A administração do Hospital Ruth Cardoso reafirma seu compromisso com o cuidado humanizado e com a vida, informando que todos os procedimentos serão apurados com a máxima transparência para garantir a qualidade e segurança no atendimento prestado.
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*Com informações do g1SC
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