Uma nota divulgada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) neste sábado (9) explica o que tem provocado a morte de peixes em áreas de São José e Florianópolis. O problema começou a ser relatado pelos moradores no início dessa semana e, após uma análise, a conclusão é de que tem relação com uma microalga capaz de trazer riscos à saúde da população.
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Os testes apontaram a proliferação em massa de uma microalga marinha do gênero Karenia. Segundo o IMA, ela é reconhecidamente responsável pela mortandade de peixes em várias partes do mundo. Uma das amostras analisadas revelou mais de 300 milhões de células por litro. O órgão diz que muitos fatores contribuem para essa floração, incluindo mudanças oceanográficas e climáticas.
“Em geral, a maior parte das florações são inofensivas, mas algumas espécies, como a Karenia spp., podem causar efeitos negativos para a fauna e para o ser humano”, diz a nota técnica.
O IMA informou que as toxinas produzidas por Karenia spp. não fazem parte do monitoramento de rotina realizado nas ostras e mexilhões produzidos no litoral catarinense. Além disso, no Brasil não há parâmetro para definir eventual proibição na coleta ou consumo de pescados em áreas de a floração dessa microalga. Nos Estados Unidos, a concentração limite é de 0,8mg/kg de molusco.
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As instituições públicas responsáveis pela fiscalização sanitária do comércio, inspeção de produtos de origem animal, pesquisa e extensão e diagnóstico foram comunicadas para que tomem as providências pertinentes às áreas de atuação de cada uma delas. Novas coletas serão feitas para monitoramento das áreas afetadas (veja mapa abaixo).
A nota do IMA e de outros quatro órgãos diz: “Além de potencialmente causar problemas para humanos por consumo, florações de Karenia spp. têm sido associadas à intoxicação de pessoas em contato com o aerossol marinho — isso é, pessoas respirando a “maresia” ao caminhar na praia em frente a um local em que ocorre a floração. Os sintomas do contato com o aerossol citados na literatura incluem náusea, cefaleia e vômito.
O texto segue: “Novamente, não existe um parâmetro para afirmar se está ou não seguro caminhar em uma orla durante a floração. O que se recomenda é declarar os pontos onde está havendo floração como impróprios para banho até que a floração se disperse. As autoridades de saúde precisam ficar atentas a casos sintomáticos conforme citado acima, buscando verificar o local e horário do contato do paciente com o aerossol”.
Considerando o novo cenário e os riscos à saúde pública relacionados ao consumo de pescados vindos de São José, entre a Ponta de Baixo e Serraria, e dos bairros litorâneos continentais de Florianópolis, entre o Abraão e o Jardim Atlântico, o IMA emitiu recomendações:
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- Evitar banho ou contato direto com as manchas no mar
- Evitar o consumo de pescados destas regiões, incluindo peixes, moluscos bivalves (ostras, mexilhões, vieiras, berbigões) e crustáceos (camarões, siris), até que este evento de floração esteja encerrado
- Em caso de apresentação de sintomas após o consumo de pescados desta região, procurar atendimento em unidade de saúde mais próxima e realizar a notificação na Vigilância Epidemiológica ou na Vigilância Sanitária municipal
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