O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou uma sessão para a noite desta quarta-feira (6), mas só conseguiu tomar o controle do plenário depois de mais de 2h de negociação com a oposição. Ao assumir a mesa, ele afirmou que a democracia “não pode ser negociada” e que interesses pessoais ou eleitorais não podem estar acima da vontade popular. As informações são do g1.
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Deputados da oposição ocuparam o plenário desde terça-feira (5) em forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O presidente da Câmara ameaçou suspender mandatos por até seis meses e acionou a polícia legislativa, que chegou a ser posicionada na porta do plenário. Após negociações, os parlamentares oposicionistas cederam, e Motta conseguiu abrir a sessão.
— Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais possam estar à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo — afirmou ele.
Ao retormar o controle da Mesa, Motta destacou que sua presença visava reafirmar a autoridade da Presidência da Câmara e o papel institucional da Casa.
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— Nossa presença nesta Mesa, na noite de hoje, é para garantir duas coisas: a primeira é o respeito a esta Presidência, como quer que seja; e a segunda, é para que esta Casa possa se fortalecer.
Tumulto
Pouco antes, ao tentar abrir a sessão, Motta foi impedido de se sentar na cadeira da Presidência. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que participava da ocupação,não quis sair do lugar. Após breve tensão e conversa entre os dois, o parlamentar cedeu.
— Essa Mesa não será refém de nenhum tipo de ameaça. Não é um gesto de enfrentamento, é um gesto de reafirmação da democracia brasileira.
Veja fotos da ocupação das mesas do Congresso
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Oposição ocupa mesas
Os deputados se revesaram em três grupos, com turnos programados a cada três horas. No Senado, na terça-feira, os parlamentares ocuparam a Mesa Diretora e cobriram a boca com esparadrapos como ação simbólica.
O protesto pedia para que seja pautados projetos de interesse da ala da direita, como anistia aos acusados de tentativa de golpe e dos ataques de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.
Ao todo, participaram 16 plenários de comissões, além do plenário principal. Na terça, a ocupação impediu que uma sessão marcada fosse realizada.
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