O comandante da Guarda Municipal de Balneário Camboriú foi denunciado pelo Ministério Público por ter deixado uma viatura descaracterizada estacionada na rua após comprar pizza e ir à casa da namorada. O veículo, avaliado em R$ 150 mil, acabou furtado. Para o MP, o profissional também mentiu durante o registro do boletim de ocorrência dois dias depois do crime.
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O furto aconteceu em setembro do ano passado. Dois dias depois da Pajero Branca, sem os símbolos da Guarda Municipal, sumir, o boletim de ocorrência foi registrado pelo comandante da instituição, Douglas Rocha. Ele contou à polícia que naquela sexta-feira (24), por volta das 21h, estava a caminho de uma operação quando o veículo começou a apresentar problemas mecânicos. Ele decidiu estacionar e deixar o carro na Rua 2270, no Centro.
Segundo o comandante, no dia seguinte, perto das 18h, voltou ao local para buscar a viatura e não a encontrou mais. Ao investigar a situação, porém, o Ministério Público concluiu fatos diferentes do informado aos policiais.
Rocha teria, naquela noite, usado a viatura para comprar pizza, ainda de acordo com o relato do MP. Depois, seguiu para a casa da namorada, momento em que deixou o automóvel na rua que dá acesso ao imóvel dela. No dia seguinte, percebeu que o veículo não estava mais no local.
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Houve negligência por parte do profissional ao deixar a viatura na rua durante o período noturno, sem necessidade, avaliou o Ministério Público. A mentira durante o depoimento representa falsidade ideológica para a promotoria e o uso de bem público em benefício próprio corresponde ao crime de peculato.
O documento de acusação foi encaminhado à Vara Criminal da região, onde o processo tramitará.
Contraponto
A Prefeitura de Balneário Camboriú informou que apura o caso em procedimento próprio, ainda não tem conhecimento da denúncia do Ministério Público e que aguarda a comunicação oficial. O município também confirmou que o servidor permanece no cargo por conta do princípio constitucional da presunção da inocência.
Procurado, o comandante disse por mensagem que soube da denúncia na sexta-feira (18) pela imprensa, que não foi notificado, mas solicitou uma cópia. Informou ainda que pode explicar o caso depois que tiver acesso aos detalhes da denúncia.
Por ora, ressaltou que se tratava de um veículo descaracterizado utilizado pelo setor administrativo e também pelo comandante da Guarda Municipal em razão dos compromissos externos à secretaria de segurança. Segundo Rocha, a viatura apresentou problemas mecânicos e ficou estacionada na rua.
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*Com informações de Patrícia Silveira, NSC TV.