Samantha Gonçalves Carvalho, uma das vítimas atingidas por dois tiros durante o atentado ao ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, relatou em entrevista à TV Tribuna, emissora afiliada da Globo, que viveu momentos “traumatizantes” nesta segunda-feira (15). Ela chegou a ser confundida com um dos suspeitos pelo crime e ficou detida na delegacia, mas foi liberada durante a madrugada. Com informações do g1.

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O ex-delegado morreu baleado após ser perseguido por criminosos que estavam em uma caminhote e armados com fuzis. O carro da vítima colidiu contra um ônibus, enquanto ela tentava fugir, e capotou. Nesta terça-feira (16), a polícia identificou dois suspeitos.

Samantha foi atingida por dois tiros e o seu sobrinho, que fraturou um osso da perna e foi internado, foi atingido por um.

— Nós pensamos que era fogos. Daqui a pouco os caras já vem atirando aqui com tudo, com fuzil mesmo. Todo mundo correu. Meu irmão viu [o sangue], minhas irmãs. Minha mãe logo desmaiou. Meu irmão pegou o carro e já “botou” nós dentro e levou na hora [para UPA]. Se não fosse meu irmão nem sei o que seria — relatou a vítima.

Ao ser levada para a UPA, ela contou que uma equipe da Polícia Civil pensou que eles estavam envolvidos na ação criminosa, pois o veículo do irmão dela também era preto. Ela disse que ele ficou detido na delegacia e foi liberado durante a madrugada. A vítima recebeu atendimento médico e foi liberada.

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Segundo ela, o crime gerou uma sensação de insegurança na família, que mora próximo ao local do ocorrido.

— Eu fico com medo mesmo. Fico olhando para ali [de onde eles vieram]. E ainda desceram do carro para matar ele.

Veja fotos do ex-delegado assassinado

Entenda o caso

O assassinato ocorreu nesta segunda-feira (15), por volta das 18h. Fontes foi perseguido pelos atiradores pelas ruas de Praia Grande quando colidiu contra um ônibus. Após o acidente, homens armados desceram do carro e alvejaram o veículo em que estava o ex-delegado.

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Informações do MPSP indicam que o assassinato pode ter relação com a atuação do delegado, que exerceu o cargo entre 2019 e 2022. Na época, segundo o MPSP, Fontes atuou contra facções criminosas e foi jurado de morte, após lideranças da facção deixarem o sistema prisional estadual e serem transferidas para o sistema prisional federal.

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