O ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, da Polícia Civil de São Paulo, foi morto a tiros de fuzil em Praia Grande (SP), na segunda-feira (15). No momento, há duas suspeitas principais para a motivação do crime: vingança em razão da atuação histórica de Ruy Fontes contra chefes de organização criminosa ou reação de bandidos contrariados pela atuação dele à frente de Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande. As informações são do g1.
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Fontes tinha 68 anos e foi assassinado a tiros na tarde de segunda-feira em Praia Grande. O delegado geral, Arthur Dian, foi para o município do litoral paulista para acompanhar o início das investigações.
Com o assassinato, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou mobilização total da polícia, com a criação de uma força-tarefa para identificar os assassinos.
— Estou estarrecido. É muita ousadia. Uma ação muito planejada, por tudo que me foi relatado. O delegado Ruy percebeu que estava sendo atacado, tentou escapar da emboscada, mas foi covardemente assassinado — afirmou.
A força-tarefa para investigar o crime, de acordo com o governador, envolverá o Deic e o DHPPP, principalmente. Ambos departamentos contam com policiais que têm muitos informantes no crime organizado e que podem ajudar a elucidar a execução de Ruy.
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Delegado assassinado foi jurado de morte por facções criminosas
Veja fotos do ex-delegado assassinado
O ex-delegado-geral exerceu o cargo entre 2019 e 2022. Na época, Fontes lutou contra facções criminosas e foi jurado de morte, segundo o MPSP, após lideranças da facção deixarem o sistema prisional estadual e serem transferidas para o sistema prisional federal.
O assassinato ocorreu nessa segunda-feira, por volta das 18h. Fontes foi perseguido pelos atiradores pelas ruas de Praia Grande quando colidiu contra um ônibus. Após o acidente, homens armados desceram do carro e alvejaram o veículo em que estava o ex-delegado.
— Estou em choque, fui o último a falar com ele [por telefone] — disse ao g1 Marcio Christino, ex-promotor que atuou no combate à facção e seus chefes, no início dos anos 2000, com Ruy, que à época era delegado na Deic, na capital paulista. Atualmente, Christino é procurador de Justiça.
“Poderio do crime organizado”
— [Ruy] foi uma das pessoas que prendeu o Marcola ao longo da história do PCC, que esteve passo a passo nesse enfrentamento ao PCC, e ser executado dessa maneira. Isso mostra, infelizmente, o poderio do crime organizado, a falta de controle que o crime organizado tem dentro do Brasil, dentro do estado de São Paulo. É uma ação extremamente ousada — afirmou Rafael Alcadipani, professor da Faculdade Getulio Vargas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Ruy começou a investigar o PCC no início dos anos 2000, logo após se tornar delegado. Quando estava na Deic, participou das prisões de alguns dos chefes da facção, incluindo Marcola, por tráfico de drogas, formação de quadrilha e outros crimes relacionados ao grupo criminoso.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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