Natani Santos, de 35 anos, foi mordida pelo próprio cachorro, um chow-chow, no início do mês em Rondônia. Ela acabou tendo o lábio arrancado pelo animal e precisou passar por cirurgia. A primeira etapa da operação aconteceu em Araranguá, no Sul de Santa Catarina, nessa segunda-feira (26).

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A mulher foi atacada pelo cão no dia 5 de maio, em Ji-Paraná (RO). Segundo ela, o animal que se chamava Jacke teria rosnado antes do ataque, que aconteceu de forma inesperada. Ela sofreu ferimentos graves no rosto, incluindo a perda do lábio superior.

O médico responsável pela cirurgia foi o cirurgião facial Raulino Brasil, idealizador do Projeto Leozinho, que realiza procedimentos no rosto de forma gratuita em Araranguá. Ele conta que a reconstrução labial da paciente foi delicada, por conta da dilaceração sofrida.

— No dia da cirurgia eu precisei fazer vários retalhos, para poder unir a musculatura novamente, pra ter movimentação e a função de novo. A maior dificuldade foi ganhar a dimensão entre o nariz e a boca — explica o cirurgião.

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Segundo o médico, a segunda etapa é o desenho do lábio da paciente e o fechamento do “defeito” na região. Esse procedimento deve acontecer daqui a 15 ou 20 dias.

— Faremos os enxertos, completando esse processo de reconstrução — completa.

Projeto Leozinho

Esta iniciativa foi idealizada pelo médico araranguaense, que possui um hospital na cidade catarinense. De forma gratuita, com recursos próprios da unidade, ele realiza cirurgias faciais para pessoas que não possuem a condição de pagar pelos procedimentos.

— A gente faz vakinhas quando as pessoas vêm de longe, para pagar passagem. No mais, esse projeto não depende de verba ou investimento. A gente acaba ajudando muita gente e, enquanto eu estiver vivo, esse projeto seguirá com bastante força — ressalta Raulino.

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O que explica a agressividade de alguns cães

De acordo com o médico veterinário Clebson Gonçalves, em entrevista ao g1, raças como o chow-chow têm predisposição a problemas locomotores, dessa forma, situações de dor podem gerar comportamentos agressivos, principalmente sem um acompanhamento adequado.

Segundo ele, o cachorro poderia estar com dor, e no momento em que a tutora foi brincar com ele, a dor pode ter se agravado. A mordida pode ter sido uma reação a esta dor.

O veterinário complementa que a falta de adestramento e de socialização adequada também pode influenciar diretamente no comportamento de um cão, sendo responsabilidade do tutor cuidar desse aspecto desde cedo.

Após um ataque como este registrado em Rondônia, o protocolo prevê que o animal seja encaminhado ao Centro de Zoonoses para avaliação da equipe médica. No local o animal deverá ser avaliado e possivelmente será feita eutanásia.

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