*Por Ana Carolina Vianna de Rezende
O tema empoderamento me encanta. Formada em psicologia e com uma
carreira voltada à gestão de pessoas e liderança no setor de tecnologia, de forma empírica aprendi que os profissionais performam melhor quando apresentam autoconfiança. Já faz 10 anos que estudo sobre inclusão e diversidade, inclusive de gênero. Mas neste ano mergulhei especificamente nas temáticas autoestima, autoaceitação, perseverança e mulheres, sororidade e empoderamento feminino.
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Há alguns meses eu e uma colega criamos o Programa de Empoderamento Feminino: um olhar de dentro para fora para despertar autoaceitação. Mais do que nunca, acredito que essa é a alavanca mais potente a ser trabalhada. Empoderamento é sobre descobrir e assumir o poder que nós já temos, assumir nossos talentos, nosso brilho. Estamos devolvendo para nós mesmas um poder que já foi nosso. Por diferentes motivos, algumas de nós foram perdendo a autoconfiança.
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No livro Autocompaixão, de Kristin Neff, é feito um excelente trabalho ao diferenciar autoestima e autoaceitação. Autoestima é uma leitura que fazemos a respeito de nós mesmas, respostas que elaboramos olhando para o lado, por meio de comparação. Sentimos a necessidade de estar acima da média nos pontos que valorizamos em nossas vidas. Quando isso não acontece, nos sentimos mal com nós mesmas.
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Já a autoaceitação é sobre nos aceitarmos como somos, considerando as falhas e os acertos. A autora defende que nossa autoaceitação é composta pela “autogentileza”, ou seja, nos tratarmos como tratamos as pessoas que amamos e pela humanidade comum. Afinal, somos todos humanos. E em comum, temos a característica de sermos todos
imperfeitos. Não dá para lutar contra esse fato.
Nós tendemos a ver a aceitação dos nossos defeitos como passividade ou autoindulgência. A gente quer sempre mais de nós mesmas, olhamos para o que está faltando com desconforto para ter certeza de que estamos tentando nos desenvolver. Na verdade, é importante buscar o desenvolvimento sem se depreciar.
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Quando aceitamos que, por sermos humanas, somos imperfeitas, olhamos para as nossas falhas e dificuldades com maior curiosidade e aceitação. A partir do momento que tomamos consciência dos nossos gaps, entendemos que eles não nos definem. E por olhar para eles com coragem, nos sentimos fortes para mudar, para buscar o nosso desenvolvimento e fazer diferente.
*Ana Carolina Vianna de Rezende é sócia da consultoria de gestão de pessoas Lidehra