“Que nós possamos entender que a gente pode estar qualquer lugar. Nós podemos nos fortalecer em qualquer lugar, juntas”. Os olhos de Tainá Pamella Silveira de Melo brilham ao falar, ao lado de Bruna dos Santos Vocci, sobre o projeto Oiê Floripa para Mulheres, que buscar inspirar e conectar mulheres que desejam viajar sozinhas sem medo, com autonomia para explorar as belezas da Capital catarinense.

Continua depois da publicidade

O projeto foi criado como um “braço” do Oiê Floripa, um blog de viagens que já existia e que reúne experiências em Florianópolis como passeios de barco e andanças por trilhas, com vistas paradisíacas da cidade. Muitas vezes, o medo do assédio e da violência impede as mulheres de explorar a cidade sozinhas, com a insegurança falando mais alto do que a vontade de passear.

A ideia do Oiê Floripa para Mulheres, de acordo com Bruna, que fundou e foi responsável pela criação da iniciativa é, justamente, fazer com que as mulheres troquem experiências e se conectem com histórias de quem busca conhecer novos lugares na cidade. Bruna afirma que o perfil nasceu de uma percepção de que ela própria tinha uma ideia mais limitante sobre a vida, viagens, e sobre “ser mulher” no mundo.

— Morando aqui em Floripa, eu vivo tantas coisas incríveis, que eu sinto que muitas mulheres precisam viver isso também. A ideia do perfil é trazer informações para mulheres, para inspirar mulheres a viajarem, a sair da bolha, a se descobrir, se conhecerem — conta.

A jovem já tem uma experiência direta com um estilo de vida mais livre, chegando a morar dois anos em um carro, viajando por aí. Para ela, ter essa vivência foi essencial para que o projeto tivesse início, já que, enquanto viajava, muitas mulheres entravam em contato com ela pelas redes sociais, sentindo-se inspiradas, mas também com curiosidade, com questões sobre como ela lidava com o medo e a coragem.

Continua depois da publicidade

Com isso, ela entendeu que precisava arrumar alguma forma de encorajar essa mulheres a entenderem que é, sim, possível viajar sozinha, compartilhando informações sobre onde é mais seguro para parar e pernoitar, onde é possível tomar um bom banho em segurança, e quais são os locais mais tranquilos para passear, por exemplo. As pesquisas também a ajudavam a viajar com segurança, por meio de comunidades nas redes sociais.

Agora, com o Oiê Floripa para Mulheres, mais de 300 mulheres já fazem parte de um grupo em um aplicativo de mensagens que oferece informações, tira dúvidas e ainda promove acolhimento a mulheres de todas as idades. Tainá, que é sócia e colaboradora na expansão e desenvolvimento do projeto, afirma que com esse apoio mútuo, as mulheres que elas conversam descobrem que podem ocupar mais lugares.

— Se a gente se permitir sair dessa “caixinha”, eu acho que o medo se dissipa, porque você vai vendo que as coisas são fluidas, têm muita coisa para se ver no mundo — afirma.

O que o projeto oferece

Nas redes sociais, são oferecidos pacotes de viagem com preços exclusivos por meio do projeto, tudo para mulheres. Em uma postagem, Taína e Bruna começam dizendo que os pacotes foram pensados “com carinho, para você se sentir segura, leve e rodeada de novas amigas”.

Continua depois da publicidade

Os pacotes incluem passeios na Barra da Lagoa, hospedagem, visita a trilhas, e transporte.

“Mais do que uma viagem, é uma pausa pra respirar, pra rir junto, pra sentir a energia da ilha e lembrar que você não está sozinha”, escrevem.

Também são oferecidos outros tipos de passeios, como a cavalo, de barco, e até curso de remo.

Veja postagens

Conexão com o empreendedorismo local

Tainá e Bruna também querem conectar as mulheres que as procuram com o empreendedorismo local de Florianópolis, especialmente da Barra da Lagoa. Dessa forma, mulheres que estão à frente de pequenos negócios, como restaurantes, lojas e afins, também têm suas histórias contadas.

Assim, o projeto atua como uma ponte, conectando mulheres viajantes com mulheres que vivem e trabalham na região.

Continua depois da publicidade

Caso Catarina

O assassinato de Catarina Kasten, de 31 anos, no final de novembro, em uma trilha de Florianópolis, também teve grande impacto no projeto, com muitas mulheres entrando em contato com Tainá e Bruna com medo, sentindo insegurança em fazer atividades em Florianópolis.

As fundadoras do projeto afirmam que já passaram por experiências em trilhas que as fizeram repensar os passeios por insegurança, mas que gostariam que as mulheres conseguissem transitar sem medo e, por isso, continuam incentivando que viajantes conheçam cada canto de Florianópolis.

Quem era Catarina

Antonietas

Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

Continua depois da publicidade

topo-antonietas-nsc-total-2