Uma comitiva da companhia AFS NextGen Energy, sediada no Chile, veio a Joinville visitar a Usina de Recuperação Energética (URE) nesta semana. O objetivo da vinda a Santa Catarina é prospectar uma parceria privada para levar a tecnologia de tratamento de resíduos de forma ecológica para o país sul-americano. A usina, inaugurada no final de setembro, tem capacidade de produzir energia suficiente, caso seja aplicada, para atender cerca de sete mil casas.

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Visita da AFS NextGen Energy à URE

A URE de Joinville, da Ambiental, é a primeira unidade da América Latina a processar resíduos sólidos urbanos, que antes eram destinados ao aterro sanitário, em combustível biossintético industrial (CBSI).

O objetivo da empresa foi conhecer as particularidades da usina, os aspectos técnicos da implantação e o atendimento às regulamentações ambientais, visando a possibilidade de replicar esse modelo no Chile.

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A diretora executiva da AFS NextGen Energy, Ingeborg Findel, conta que a comitiva ficou encantada com a gestão integrada e sustentável dos resíduos.

— Queremos replicar o modelo da URE, principalmente nas comunidades mais vulneráveis e distantes, e que ainda não têm acesso à energia elétrica — explica.

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O gerente de engenharia da Ambiental, Everton Herzer, que acompanhou a visita, conta que a empresa vem recebendo representantes de prefeituras e empresas de diferentes regiões do país, interessadas em conhecer a URE e a sua viabilidade.

— Para nós é uma satisfação receber os visitantes e apresentar essa tecnologia diferenciada, podendo contribuir para que outras cidades e até países sigam a tendência de produzir energia a partir do CBSI, produzido de resíduos sólidos urbanos — destaca.

Como funciona a usina que faz lixo virar energia elétrica para 7 mil casas

A planta, instalada em uma área de 7 mil m² no Parque de Educação Ambiental Bororós, foi construída com investimento de R$ 127 milhões feito pela Ambiental. A unidade é resultado de uma ação conjunta da Ambiental, empresa responsável pela gestão de resíduos sólidos urbanos da cidade, e da Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra).

Além de produzir energia suficiente para abastecer o equivalente a sete mil residências, a unidade contribui para ampliar a vida útil do aterro sanitário em 25%, reduzir em 29 mil toneladas anuais a emissão de CO₂ e minimizar a ocupação do aterro em 50 mil m² ao longo de 20 anos.

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De acordo com a Ambiental, as UREs utilizam uma combinação de tecnologias para transformar resíduos em energia. Na unidade, os lixos são convertidos em combustível sólido, que ao ser submetido ao tratamento térmico gera calor. Esse calor é utilizado para produzir vapor (energia térmica) e, em seguida, energia elétrica.

A URE de Joinville, por exemplo, funciona com o Ciclo Rankine, um método eficiente para a geração de energia. Esse processo transforma calor em energia mecânica e, posteriormente, em energia elétrica. É uma solução moderna e sustentável que reduz os impactos ambientais.

O diferencial da URE de Joinville também está em sua capacidade de transformar resíduos em combustível de elevado poder calorífico para geração de energia elétrica. A usina será capaz de gerar 2.106 MWh/mês, o suficiente para abastecer mais de 7 mil residências. Além disso, contribuirá para aumentar a vida útil do aterro municipal em 25% e reduzirá consideravelmente a emissão de gases de efeito estufa.

Assista ao funcionamento da URE