“Caixa de Silêncios”, da autora paulista Marcella Rossetti, venceu o 2ª edição do Prêmio Amazon de Literatura Jovem. O anúncio foi feito na sexta-feira (13), na presença de finalistas, influenciadores, jurados – incluindo Thalita Rebouças, Pedro Rhuas e Alec Costa – e leitores, na 21ª Bienal do Livro no Rio de Janeiro.
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A iniciativa da Amazon Brasil em parceria com a HarperCollins Brasil e com o apoio da Audible premiou a autora Marcella Rossetti com R$ 35 mil, sendo R$ 10 mil em adiantamento de royalties da HarperCollins Brasil. Além disso, a obra será publicada no Brasil em versão impressa pelo selo literário Pitaya da editora HarperCollins Brasil, voltado para o público Jovem-Adulto. Além disso, a autora participará de um encontro com outros autores do gênero Jovem-Adulto da editora.
“Caixa de Silêncios” aborda tema sensível
O livro foi escolhido entre mais de 1.600 inscrições realizadas nesta edição do prêmio. A trama de “Caixa de Silêncios’ segue Ana. “A jovem se muda para uma nova cidade e, em meio ao processo de recomeço, conhece Vitor e Cris, dois jogadores de um famoso time de futebol. À medida que a amizade entre eles se aprofunda, os três são confrontados por dores e traumas que carregam em silêncio.

A escritora e jurada Thalita Rebouças elogiou a obra de Marcella Rossetti, afirmando que a obra a surpreendeu por abordar com sensibilidade e muito cuidado o abuso sexual. Rebouças fez questão de enfatizar a importância de Marcella ter feito uma reflexão sobre a vulnerabilidade dos garotos.
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“A obra nos convida a atentar para o medo e o silêncio que impedem as vítimas masculinas de denunciar, tornando-os alvos fáceis para abusadores”, disse Thalita.
Durante a premiação, Pedro Rhuas se emocionou ao relatar que sofreu abuso na infância e que um livro como o vencedor poderia ter auxiliado o Pedro adolescente a romper o silêncio.
“Vivemos em um país que quando falamos sobre educação sexual, o conservadorismo tenta impedir de todas as formas que jovens e crianças tenham acesso a compreenderem todo tipo de abuso que acontece em diversos espaços. Obrigado por escrever essa história tão forte e tão impactante. Se o Pedro adolescente tivesse lido essa narrativa teria se sentido menos sozinho em relação ao abuso que passou e encontraria outras formas de também usar sua voz para denunciar”, disse.
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Além da obra ganhadora, os finalistas desta edição incluíram: “Aquilo que se vê no escuro”, de Bárbara Regina Souza; “Caoticamente Clara”, de Fernanda Campos; “O que mais gosto em mim”, de Marcela Millan; e “Antes que Você Acabe”, de Samuel Cardeal. Em uma mensagem para os quatro autores finalistas, Thalita pediu que eles não desistam, pois talento eles “têm de sobra” e que para eles, o “o céu é o limite”.

2º Prêmio Amazon de Literatura
O Prêmio Amazon de Literatura Jovem visa promover a democratização da literatura, promover e ampliar o acesso à leitura no Brasil e oferecer suporte a autores independentes do segmento Jovem-Adulto. As obras inscritas são disponibilizadas através do Kindle Direct Publishing (KDP), a plataforma gratuita de autopublicação da Amazon.
Leonora Monnerat, diretora executiva da HarperCollins Brasil, descreveu a parceria com a Amazon para o prêmio como valiosa por, segundo ela, construir uma ponte entre autores e leitores. “O primeiro livro vencedor do Prêmio Amazon foi também o primeiro livro publicado pelo selo Pitaya e quase um ano depois estamos aqui comemorando a literatura jovem. Foi um ano conversando com os leitores e criando uma aproximação, onde descobrimos leitores extremamente apaixonados, animados, e muito preocupados com representatividade, com diversidade e entendemos a responsabilidade que temos com o prêmio e também como é importante darmos voz a esse público e a essas pessoas”, pontuou Leonora.
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Ricardo Perez, líder do negócio de livros da Amazon no Brasil, destacou o volume de trabalhos, mencionando que a seleção dos cinco finalistas a partir do volume de inscrições exigiu uma equipe dedicada e foi um filtro “absurdamente grande”.
“Ficamos muito felizes com o sucesso que foi as duas edições do prêmio, que é razão de muito orgulho da Amazon. Temos um compromisso de longo prazo com a leitura e com a literatura brasileira e somos gratos por fazer parte da jornada pela democratização do processo de publicação de livros e assim contribuir para o cenário literário brasileiro”, frisou Ricardo.
Sobre o futuro do prêmio, tanto Leonora quanto Ricardo deixaram clara a expectativa para a continuidade. Segundo Ricardo, embora a chancelagem oficial ainda esteja pendente, há uma “boa dose de certeza” de que haverá uma terceira edição e muitas outras, seguindo o exemplo do Prêmio Kindle, que já está em sua 10ª edição.
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