Nana Caymmi está sendo velada na manhã desta sexta-feira (2), no Theatro Municipal, que fica Centro do Rio de Janeiro. Primeiro, a despedida será reservada aos familiares. O enterro será às 14h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

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Uma das maiores vozes da música brasileira, Nana morreu na última quinta-feira (1º), aos 84 anos. Ela estava internada na Casa de Saúde São José, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, onde deu entrada em julho de 2024 para tratar uma arritmia cardíaca.

A causa da morte foi a falência de múltiplos órgãos, de acordo com o hospital.

Stella Caymmi, uma das filhas de Nana, disse à TV Globo que o Brasil perdeu uma das 20 melhores cantoras do século XX e uma das cinco do século XXI.

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— Eu perco a minha mãe, mas hoje o Brasil perde um pouco de bom da música brasileira. Ela era uma mulher corajosa. Nos criou com dignidade, valores, formou o nosso gosto para música. Ela era engraçada, espirituosa, surpreendente no modo de falar, era verdadeira, sem medo do politicamente correto — disse a filha.

Quem era Nana Caymmi

Dinahir Tostes Caymmi, a Nana Caymmi, é filha de Dorival Caymmi e Stella Maris. Ela nasceu no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1941 e foi criada em um ambiente musical, em uma família de cantores. Estreou ao lado do pai, em um dueto na canção “Acalanto”, composta por Dorival quando ela ainda era bebê.

Aos 18 anos, se casou com um médico venezuelano e se mudou para a Venezuela. Mais tarde voltou ao Brasil com as filhas Estela e Denise, e grávida de João Gilberto, seu terceiro filho.

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Logo depois, se viu diante de um dos maiores desafios da carreira: o Festival Internacional da Canção, em 1966. Foi vaiada interpretando “Saveiros”, de seu irmão Dori Caymmi, mas venceu a competição.

Gravou clássicos de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Roberto Carlos com sua própria personalidade. Em 1967, se casou com Gilberto Gil. A voz de Nana Caymmi também marcou diversas trilhas sonoras de novelas e minisséries da TV Globo.

Veja algumas das mais memoráveis:

  • “Fruta Mulher” — Roque Santeiro (1985)
  • “Olhe o Tempo Passando” — Cara & Coroa (1995)
  • “Resposta ao Tempo” — Hilda Furacão (1998)
  • “Suave Veneno” — Suave Veneno (1999)
  • “Tarde Triste” — O Clone (2001)
  • “Solamente Una Vez” — Amazônia (2007)
  • “Tu Sais Je Vais T’aimer (Eu Sei Que Vou Te Amar)” — Beleza Pura (2008)
  • “Sem Poupar Coração” — Insensato Coração (2011)
  • “Quando o Amor Acontece” — Salve Jorge (2013)
  • “Verdad Amarga” — Alto Astral (2014)
  • “Medo de Amar” — Sete Vidas (2015)
  • “Não Diga Não” — Babilônia (2015)
  • “Do Amor Impossível” — Tempo de Amar (2017)

As músicas de Nana Caymmi que marcaram novelas da Globo

— O Brasil pede uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Estamos todos realmente muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro de hospital — disse Danilo Caymmi, que narrou o sofrimento da irmã.

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Nana Caymmi deixa três filhos e duas netas.

Polêmicas recentes

Nos últimos anos, Nana teve embate com muitos artistas, inclusive com alguns que já havia trabalhado. Em 2019, ela elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, ao defendê-lo, Nana atacou Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e até a própria sobrinha, Alice Caymmi, filha do outro irmão Danilo Caymmi.

— É injusto não dar a esse homem um crédito de confiança. Um homem que estava esfaqueado, correndo pra fazer um ministério, sem noção da mutreta toda… Só de tirar PMDB e PT já é uma garantia de que a vida vai melhorar. Agora vem dizer que os militares vão tomar conta? Isso é conversa de comunista — disse ela em entrevista à Folha de São Paulo.

Em 2021, mais polêmicas. Em entrevista ao O Globo, Nana disse que foi “mal interpretada e jogada às trevas”.

— Se quiser me cancelar, cancela. Não deixei de comer por causa disso. Achei até engraçado, uns iam jogar meus discos fora, outros me quiseram morta. No Brasil, você não pode ter opinião, você é malhado feito Judas. Infelizmente, aqui é gado, tem que ir um cheirando o rabo do outro. A internet deu vazão à frustração, às pessoas sem o menor gabarito que condenam outras à morte.

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*Com informações do g1 e da Veja

**Sob supervisão de Andréa da Luz

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