Um dia antes do tão aguardado anúncio da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) sobre os registros inéditos do supertelescópio James Webb, um comunicado direto da Casa Branca, em Washington, deixou milhares de pessoas conectadas em uma live na noite desta segunda-feira (12),

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— Este é um empolgante novo capítulo da exploração do Universo — disse a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, ao iniciar um breve discurso.

Ela foi seguida de ”Este é um dia histórico”, emitido pelo presidente Joe Biden, ao mostrar a primeira imagem colorida do momento mais profundo do Universo: um aglomerado de galáxias conhecido como SMACS 0723, há 4,6 bilhões de anos .

Acompanhados também do gestor da Nasa, Bill Nelson, as autoridades destacaram a cooperação internacional com as agências espaciais europeia e canandense e a importância de investimentos em ciência. 

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Embora antecipado pela Casa Branca, nesta terça-feira (12), a Nasa vai explicar em detalhes as primeiras imagens obtidas pelo Telescópio Espacial James Webb, que está localizado no ponto L2, a distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. De acordo com a agência, tais imagens revelam “visões sem precedentes”, ricas em detalhes do Universo.

A divulgação das imagens será transmitida ao vivo, a partir das 11h30 (horário de Brasília), pela Nasa, bem como pelas redes sociais da agência. As imagens serão também disponibilizadas no site da agência.

O James Webb Space Telescope (JWST) é fruto de uma parceria entre as agências espaciais norte-americana (Nasa) e europeia (ESA). Ele tem como principal característica a captação de radiação infravermelha.

A expectativa é que, além de resolver mistérios do nosso sistema solar, o telescópio olhe para mundos distantes em torno de outras estrelas e investigue misteriosas estruturas e origens do Universo, contribuindo para que o ser humano entenda melhor também o seu próprio planeta.

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De acordo com a Nasa, a primeira leva de imagens, selecionadas por um comitê internacional, abrange duas nebulosas (Carina e a do Anel Sul), um planeta (Wasp-96 b) e dois aglomerados de galáxias (o Quinteto de Stephan e os aglomerados Smacs 0723).

Conheça os primeiros corpos celestes observados pelo James Webb, descritos pela própria Nasa:

  • Nebulosa Carina: uma das maiores e mais brilhantes nebulosas do céu, localizada a aproximadamente 7,6 mil anos-luz de distância na constelação sul de Carina. As nebulosas são berçários estelares onde as estrelas se formam. A Nebulosa Carina é o lar de muitas estrelas massivas, várias vezes maiores que o Sol.
  • WASP-96 b: planeta gigante fora do nosso sistema solar, composto principalmente de gás. Localizado a cerca de 1.150 anos-luz da Terra, orbita sua estrela a cada 3,4 dias. Tem cerca de metade da massa de Júpiter e sua descoberta foi anunciada em 2014.
  • Nebulosa do Anel Sul: também conhecida como nebulosa “Eight-Burst”, é uma nebulosa planetária – uma nuvem de gás em expansão, envolvendo uma estrela moribunda. Tem quase meio ano-luz de diâmetro e está localizada a aproximadamente 2 mil anos-luz de distância da Terra.
  • Quinteto de Stephan: localizado a cerca de 290 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pégaso. Foi o primeiro grupo compacto de galáxias descoberto, em 1877. Quatro das cinco galáxias dentro do quinteto estão presas em uma dança cósmica de repetidos encontros imediatos.
  • SMACS 0723: aglomerados maciços de galáxias, em primeiro plano, que ampliam e distorcem a luz dos objetos atrás deles, permitindo uma visão de campo profundo em populações de galáxias extremamente distantes e intrinsecamente fracas.

Saiba mais sobre o telescópio

A Nasa explica que, para realizar os estudos pretendidos, com “sensibilidade sem precedentes”, o observatório deverá ser mantido frio, livre das grandes fontes de interferência de infravermelho causadas por corpos celestes como o Sol, a Terra e a Lua.

Para bloquear as fontes de irradiação de infravermelho, o James Webb terá, consigo, um “grande escudo solar dobrável metalizado”, a ser aberto no espaço. Seu espelho tem cerca de 6,5 metros de diâmetro.

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Para fazer a observação das áreas mais distantes, o telescópio terá ainda, em seus módulos, equipamentos sensíveis à radiação infravermelha: câmera, espectrógrafo e outros instrumentos para analisar o infravermelho emitido pelas fontes miradas por ele. Terá também um módulo responsável pelo transporte de dados coletados, além do telescópio ótico.

O nome escolhido para o novo telescópio espacial é uma homenagem a um antigo administrador da Nasa, James Edwin Webb. Ele liderou o programa Apollo, além de uma série de outras importantes missões espaciais.

Veja imagens da NASA da passagem de um furação

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