A queda do girocóptero que causou a morte de duas pessoas em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina, no ano passado, teve como um dos fatores contribuintes o nevoeiro que fazia na hora do acidente, concluiu relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, publicado no último 22 de abril.

Continua depois da publicidade

O acidente ocorreu no dia 28 de julho de 2024, às 17h25min, apenas sete minutos depois de decolar do Aeródromo São Francisco do Sul. Os dois ocupantes da aeronave morreram após o girocóptero cair e pegar fogo no bairro Ubatuba. As vítimas foram o piloto Eliseu Hupalovski, de 60 anos, e o passageiro, Rogerio Jair Raulino, de 55.

Conforme o Cenipa, o nevoeiro no momento do voo reduziu a visibilidade, contribuindo para a perda de controle.

“É possível que nesse ambiente de visibilidade degradada, o piloto não tenha percebido a entrada em condições de voo por instrumento e o controle da aeronave tenha sido perdido, culminando com o impacto contra o solo”, conclui o Cenipa.

Irregularidades operacionais

O relatório classificou o acidente como “perda de controle em voo” (LOC-I) em “condições de voo por instrumentos não intencionais” (IMC). Além do nevoeiro, outros fatores que contribuíram para o acidente incluíram falhas na percepção do piloto, atitude inadequada e processo decisório deficiente.

Continua depois da publicidade

Conforme o Cenipa, o piloto estava com a habilitação de girocóptero suspensa desde 2020, por causa de uma ocorrência aeronáutica, não especificada no relatório. O certificado médico aeronáutico do profissional também estava suspenso desde 2020. Ele não tinha a habilitação de Voo por Instrumentos.

O relatório também aponta que a aeronave não constava no Registro Aeronáutico Brasileiro e não possuía Certificado de Autorização de Voo Experimental e não era certificada para voar por instrumentos. O girocóptero experimental Humminbird H2 Supersport tinha peso superior ao permitido para veículos ultraleves (285 kg contra 200 kg máximo), conforme o Cenipa.

Relembre o acidente

A queda ocorreu em uma área residencial no bairro Ubatuba, a cerca de 3 quilômetros distante do aeroporto, mas a aeronave não atingiu nenhuma casa. Uma das testemunhas da queda, Pedro João dos Santos Filho disse que havia nevoeiro marítimo no momento do acidente.

— Caiu de repente, na terceira volta. Estavam girando na região. Vi ele caindo e vim correndo, veio o pessoal correndo, mas não pudemos fazer nada. Sorte que não atingiu as casas — relatou Pedro João dos Santos Filho, morador da Rua Grécia.

Continua depois da publicidade

Eliseu Hupalovski e Rogério Jair Raulino eram apaixonados pela aviação. Nas redes sociais, eles tinham uma série de fotos em voos. Eliseu, inclusive, publicava várias imagens com a aeronave que caiu.

Rogério morava em Brusque, no Vale do Itajaí, e Eliseu estava vivendo em São Francisco do Sul há cerca de quatro meses.

Quem eram as vítimas

Leia também

Em SC, 70% das pessoas que fizeram tratamento contra o tabagismo em 2024 deixaram de fumar

Continua depois da publicidade