O Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado neste sábado (31). Em 2024, 14.444 pessoas procuraram tratamento para parar de fumar pelo SUS, mas somente 7.653 aderiram ao tratamento e, destas, 5.422 conseguiram abandonar o tabagismo, segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES). O número de pessoas que conseguiu parar de fumar representa 70% dos que optaram por seguir o tratamento. Daí a importância de buscar ajuda.
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Em Santa Catarina, cerca de 84% dos municípios oferecem grupos de apoio e tratamento individualizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também atendem pacientes que apresentam comorbidades associadas ao uso do tabaco, como ansiedade e depressão.
Além disso, há atendimento especializado para pacientes internados em hospitais que implantaram o Programa Nacional de Controle do Tabagismo.
O tabagismo é uma grave ameaça à saúde global. As doenças associadas ao tabagismo são o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, que geram um elevado custo humano, social e econômico.
— Trata-se de uma dependência que ultrapassa o aspecto físico, afetando também o bem-estar emocional, as relações sociais e a qualidade de vida do indivíduo — explica Adriana Elias, enfermeira e coordenadora Estadual de Controle do Tabagismo.
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Perfil dos pacientes
A maioria dos que procuraram atendimento pelo SUS em Santa Catarina (11.005) tinham de 18 a 60 anos, seguidos de 3.334 idosos acima de 60 anos, e 105 jovens com menos de 18 anos de idade, segundo a SES.
— No Estado, a estimativa de fumantes, com 18 anos ou mais, é de 17,7% entre homens e 10,6% entre as mulheres. Se você deseja tratamento para cessação do tabagismo, procure a Secretaria de Saúde de seu município e informe-se sobre qual unidade de saúde mais próxima de sua residência tem disponível o Programa de Controle do Tabagismo oferecido pelo SUS — destaca Adriana Elias.
Cigarros eletrônicos entre jovens
Apesar de proibidos no Brasil desde 2009, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), popularmente conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes, seguem atraindo adolescentes e jovens por meio de estratégias de marketing e apelo tecnológico.
Em Santa Catarina, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e do Vigitel indicam uma tendência de redução no número de fumantes, mas com aumento preocupante no uso de cigarros eletrônicos entre jovens.
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No Brasil, ainda segundo dados da pesquisa Vigitel, 2,1% da população adulta usou cigarros eletrônicos em 2023. A maior prevalência está entre jovens de 18 a 24 anos, que respondem por 6,1% dos entrevistados.
De acordo com a SES, estudos recentes indicam que os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), como os cigarros eletrônicos, contêm substâncias tóxicas, metais pesados e compostos cancerígenos. Além disso, são altamente eficazes em induzir e manter a dependência da nicotina.
Mortes por tabagismo
No território brasileiro, 9,3% ou 19,6 milhões de pessoas se declararam fumantes, sendo a prevalência maior entre homens (11,7%) do que entre mulheres (7,2%), conforme dados da Vigitel 2023.
— Para mudar essa realidade, o SUS [Sistema Único de Saúde] disponibiliza tratamento gratuito para a dependência da nicotina em todo o país. O atendimento é realizado nas unidades básicas de saúde (UBS) e inclui acompanhamento profissional, orientação individual e em grupo, além da oferta de medicamentos — destaca o Ministério da Saúde.
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Números do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que o tabagismo é responsável por 477 mortes por dia no Brasil, o que representa 174 mil óbitos evitáveis por ano.
Entre as principais causas estão a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), doenças cardíacas, diversos tipos de câncer, Acidente Vascular Cerebral (AVC), diabetes tipo 2 e o fumo passivo que, sozinho, responde por cerca de 20 mil mortes todos os anos.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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