As ilhas do Oceano Pacífico estão em risco, conforme relatório apresentado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nesta terça-feira (27). Em uma cúpula de ilhas do Pacífico, ele instituiu um “SOS mundial”, devido à elevação acelerada do nível do mar na região.
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— Estou em Tonga para emitir um SOS mundial —’Save Our Seas’ [salvem nossos mares, em inglês]—, sobre a rápida elevação dos níveis do mar. Uma catástrofe em escala mundial está colocando em risco este paraíso do Pacífico — afirmou o secretário-geral.
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Pouco povoadas e, por consequência, com pouca indústria pesada, as ilhas do Pacífico produzem menos de 0,02% das emissões globais anuais de gás carbônico (CO2). Mesmo assim, o conjunto de ilhas vulcânicas e atóis de coral é cada vez mais ameaçado pela elevação do nível dos oceanos.
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Monitoramento é feito desde 1990
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), monitora os mareógrafos que estão instalados nas praias do Pacífico desde 1990.
Nos últimos 30 anos, o nível dos mares subiu 15 centímetros em algumas partes do Pacífico, de acordo com o informe publicado pela organização de monitoramento climático. A média mundial, por outro lado, foi de 9,4 centímetros.
— As populações, economias e ecossistemas de toda a região sudoeste do Pacífico são muito afetadas pelos efeitos em cascata da mudança climática. É cada vez mais evidente que estamos ficando sem tempo para reverter a maré — pontuou Celeste Saulo, a secretária-geral da OMM, no documento.
“Não devemos fechar os olhos às mudanças climáticas”
Em algumas localidades do Pacífico, como Kiribati e Ilhas Cook, o aumento do nível do mar foi semelhante ou levemente abaixo da média mundial. Em outras partes, no entanto, como as capitais de Samoa e Fiji, a elevação representou quase o triplo da média.
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Em Tuvalu, país no Pacífico Sul, as crianças utilizam a pista do aeroporto internacional para brincar, devido à diminuição da faixa de terra.
O país insular de baixa altitude pode desaparecer nos próximos 30 anos, de acordo com cientistas. Isso pode acontecer mesmo em um cenário moderado de aquecimento global.
— É um desastre atrás do outro, e estamos perdendo a capacidade de reconstruir, de suportar outro ciclone ou outra inundação. Não devemos fechar os olhos às mudanças climáticas e ao aumento do mar. Para os Estados insulares de baixa altitude, é uma questão de sobrevivência — afirmou Maina Talia, ministro do Clima de Tuvalu, à AFP, agência de notícias internacional.
Devido à localização remota e ao baixo peso econômico, os países eram comumente ignorados no passado. Como alerta, os cientistas dizem que a região evidencia o que pode acontecer em outros locais do planeta.
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— O novo relatório confirma o que os governantes do Pacífico afirmam há anos. A mudança climática constitui a principal ameaça em termos de segurança. As nações do Pacífico estão envolvidas em um combate por sua sobrevivência e acabar com a poluição é essencial para o seu futuro — afirmou o pesquisador australiano do clima Wes Morgan à AFP.
Por serem cercados por milhões de quilômetros quadrados de oceano, os países do Pacífico Sul são os mais ameaçados pelo aumento do nível do mar. De acordo com a ONU, a maioria dos habitantes vive a menos de cinco quilômetros da costa.
O fenômeno de elevação do mar, além de submergir a terra, reduz a fontes essenciais de água e alimentos.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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