Nascida no Morro da Coloninha e criada no Morro do Mocotó, Valda Costa foi uma artista autodidata que pertencia a uma família simples, de costureiras, que vivia nas comunidades de Florianópolis. Pintora comparada a Di Cavalcanti, ela é considerada por muitos uma referência no cenário das artes plásticas da capital catarinense.

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A história de Valda é umas das que serão contadas no “Tour Mulheres que inspiram”, do Guia Manezinho, que vai estrear no próximo sábado (8), Dia da Mulher.

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Cássia Souza, de 46 anos, uma das mulheres que conduz o tour, é quem resgata a história da artista. Ela também falará sobre Nega Tide, primeira mulher a ser seis vezes consecutivas cidadã-samba de Florianópolis, o que lhe rendeu o título de Eterna Cidadã Samba.

— Valorizar mulheres, sendo elas famosas ou desconhecidas, acho que é o papel de cada mulher também. Minhas expectativas estão no infinito, já temos lista de espera, estou flutuando nas nuvens — diz Cássia, que é mineira e mora na capital catarinense há 10 anos.

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Guia Manezinho de Florianópolis é eleito um dos melhores guias de turismo no TripAdvisor

Cássia conduz o tour ao lado das manezinhas Nicoly Vieira, de 33 anos, Anny Cristina Batista Martins, de 36, e Simoni de Almeida de Maria, de 56. Todas elas estarão usando uma camiseta que diz “Guia Manezinha”, feita especialmente por Rodrigo Stüpp, o Guia Manezinho, para a ocasião. O empresário estará presente no tour, mas não dirá uma palavra.

— Tem personagens que representam negritude, tem personagens que representam empresárias, tem mulheres de guerrilha… A maior parte das personagens que aparecem passou por Florianópolis, viveu em Florianópolis, mas nem todas — compartilha Stüpp.

O tour, que sai da Casa da Memória às 10h30min, se concentra no Centro Histórico de Florianópolis. Ele dura, aproximadamente, 1 hora e meia, com cerca de 10 paradas.

Conheças as Guias Manezinhas

Da esquerda para direita: Anny, Nicoly, Cássia, Simoni e Rodrigo (Foto: Arquivo Pessoal)

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Nicoly Vieira é manezinha da Lagoa da Conceição e estudante de Guia de Turismo. Ela trabalha com o Rodrigo, no Guia Manezinho, há três anos.

— Mais do que uma oportunidade profissional, é uma oportunidade única dar visibilidade a tantas mulheres que fizeram tanto pela nossa cidade, que também lutaram e que, pelos seus movimentos, pelas suas coragens, por tudo que elas fizeram, é que a gente hoje pode estar aqui falando delas e ocupando espaços que antes eram majoritariamente masculinos. É fazer jus a toda essa história feminina que é pouco conhecida ainda — diz.

Nicoly falará sobre velhas conhecidas pelos moradores da Ilha da Magia: as bruxas e benzedeiras.

— Muitas dessas mulheres dão nomes a monumentos, a ruas, a coisas importantes aqui na nossa cidade. A gente passa todo dia por elas, mas não faz ideia de quem são, de qual é o legado, de qual é a relevância. Todo esse fantástico que tem na Ilha, toda essa magia que a nossa Ilha tem, passa pelo feminino — completa.

Simoni de Almeida de Maria é neta de lavadeiras, e nascida e criada no Monte Serrat. Ela faz parte do Viva Monte Serrat, turismo de base comunitária da localidade. Ela conheceu o Guia Manezinho, que a convidou para o tour, inclusive, por meio deste projeto.

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— Vamos falar de nossas mulheres aqui de Florianópolis, que são mulheres maravilhosas. Mulheres que, com muito trabalho, conseguiram um espaço na sociedade. Falar de mulher é falar da gente — pontua.

Simoni vai contar a história, dentre outras mulheres, de Diamantina Bertolina da Conceição. Conhecida como Dona Neném, apelido carinhoso que recebeu no bairro Rio Tavares, Diamantina foi dona de casa, lavadeira, rendeira e costureira. Ela dá o nome ao Núcleo de Educação Infantil Municipal (NEIM) Diamantina Bertolina da Conceição, no Rio Tavares.

Anny Cristina Batista Martins, nascida e criada em São José, na Grande Florianópolis, é guia de turismo e fotógrafa. Ela teve a oportunidade de conversar e contar a história de Kerexu Yxapyry, primeira cacica Guarani reconhecida no Brasil, que é originária da Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Além da liderança indígena, Anny falará sobre as lavadeiras do Rio da Bulha — mulheres, na maioria negras, que sustentavam as famílias por décadas lavando roupas em rios e córregos.

— Estou indo na cara, na coragem e com bastante pesquisa — declara, animada.

Cássia Souza, natural de Belo Horizonte (MG), veio a Florianópolis a trabalho, há 10 anos. Ela conhece e admira Rodrigo há oito anos, e foi inspirada por ele a seguir o curso de Guia de Turismo, que finalizou no ano passado.

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— Se eu posso tirar um pouquinho de mim e valorizar várias outras histórias, de mulheres grandes, mulheres grandes também no seu círculo, que não são tão conhecidas, eu quero estar nesse momento — conta.

Antonietas

Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

*Sob supervisão de Luana Amorim

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