Paul Krugman,  vencedor do Nobel de Economia, criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Em um texto publicado na noite desta quarta-feira (9), o economista classificou a ação do presidente dos Estados Unidos como “maligna” e afirmou que a atitude seria “motivo suficiente” para o impeachment do republicano. As informações são do g1. 

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“Por que digo que é megalomaníaco? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Veja para onde vão suas exportações: as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB brasileiro. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme — que nem sequer depende muito do mercado americano — a abandonar a democracia?”, escreveu Krugman em um texto intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”. 

De acordo com o economista, Trump usa o tarifaço no Brasil para “fins políticos” e que a ação seria “motivo suficiente” para o impeachment do presidente dos Estados Unidos. 

“Repare que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento […] “Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”.

Paul Krugman venceu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 por contribuições para os estudos da economia internacional. Atualmente, ele atua como professor da City University de Nova York.

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Entenda o tarifaço de Trump 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que serão aplicadas tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros a partir do dia 1° de agosto. A medida foi anunciada em uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), compartilhada na sua rede social, Truth Social.

Na carta, Trump diz que “os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país” e que a taxação é necessária “para corrigir as graves injustiças do sistema atual”.

A tarifa anunciada pelo presidente dos Estados Unidos é a mais alta entre as 22 nações comunicadas até agora pelo republicano, visto que as demais variam entre 20% e 40%.

O americano ainda afirmou, sem provas, que sua decisão de aumentar a taxa sobre o país também foi tomada “devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

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“[Isso ocorreu] como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro”, escreveu o republicano.

Em resposta, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que as tarifas sobre os produtos brasileiros serão respondidas “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”.

“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, escreveu o político nas redes sociais.

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