Conhecida nacionalmente, a Praia da Galheta é um dos principais destinos naturistas do Brasil. No entanto, apesar de ser amplamente frequentada por adeptos, a prática não é permitida no local desde 2016. Agora, vereadores e associações lutam pela regulamentação do naturismo no local.

Continua depois da publicidade

Ao longo da década de 1970, a Galheta passou a ser conhecida por naturistas de todo o país. A praia, localizada no Leste da Ilha, se tornou destaque antes mesmo que alguma regulamentação fosse oficializada.

Foi só no ano de 1997 que prática foi, oficialmente, regulamentada no local. Com isso, a praia ganhou novos visitantes e se popularizou ainda mais. No entanto, em 2016, foi estabelecido o Monumento Natural Municipal da Galheta, que revogou a permissão de naturismo no local.

Desde então, a praia tem sido alvo de novas tentativas de regulamentação, mas ainda sem sucesso.

O que é naturismo? 

Popularizada no Brasil em 1980, a prática prega autorrespeito, autoconhecimento, respeito ao próximo, alimentação saudável e preservação da natureza. Nos locais, não é permitido fotografar ou filmar a praia, mesmo de longe, sem a autorização dos frequentadores.

Continua depois da publicidade

Prática pode ser permitida com novo PL

O projeto de lei que regulamenta a prática de naturismo na Praia da Galheta foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Florianópolis na última segunda-feira (24). De autoria dos vereadores Dinho (União) e Carla Ayres (PT), a proposta agora segue para outras comissões do Poder Legislativo. No entanto, segundo parlamentares, ela deve enfrentar resistência.

Agora, o projeto vai passar por novas comissões, até chegar no plenário da Câmara Municipal. Caso aprovada, a proposta poderá ser sancionada pelo prefeito Topázio Neto (PSD).

O novo projeto autoriza a prática de naturismo em toda a orla da Praia da Galheta, sendo que regiões de trilhas ou outros espaços do local não poderiam receber nudistas. Apesar da oposição à ideia, a relatora do projeto, vereadora Manu Vieira (PL), votou favorável à proposta.

— Embora seja um tema que é alvo de amplas discussões, entendo que o projeto em análise não apresenta vício formal nem material quanto à sua constitucionalidade. Novas questões deverão ser discutidas em futuras comissões — afirmou a vereadora.

Continua depois da publicidade

Já o autor do projeto, vereador Dinho (União), rebateu alegações do relatório da CCJ. No documento, apresentado por Manu Vieira, são citadas ao menos 14 ocorrências policiais no local, possivelmente resultadas da prática. Para Dinho, o projeto busca, justamente, regulamentar o local para evitar futuros problemas.

— Não podemos cometer falhas nesse projeto, por isso eu e a Carla [Ayres] lutamos para categorizar novamente a praia como naturista. E é naturismo, mesmo. Não essas “sem-vergonhices” que foram faladas, como ocorrências da polícia. Isso é resultado da omissão do poder público — classificou o vereador.

Oposição cita “falta de segurança”

Ao NSC Total, o vereador Ricardo Pastrana (PSD), único integrante da CCJ que votou contra o projeto, explicou que se preocupa com a segurança do local. Para ele, a prática se tornou um assunto polêmico, que pode afetar a rotina dos moradores da região.

— A prática do naturismo foi totalmente desvirtuada e o espaço se transformou em um ambiente de promiscuidade, sexo ao ar livre com anúncios em sites e uso de entorpecentes — diz o vereador.

Continua depois da publicidade

Questionada, a Guarda Municipal de Florianópolis (GMF) informou que foram registradas apenas 11 ocorrências na Praia da Galheta, entre 1º de janeiro e 28 de novembro deste ano. No entanto, segundo a GMF, não há como comprovar que os registros têm relação com a prática de naturismo.

Como votou cada vereador?

Veja fotos de praias de Florianópolis

*Sob supervisão de Luana Amorim
**Com informações do g1 SC