A biografia “Fritz Müller: o gênio desconhecido que pôs o Brasil no centro da revolução científica de Charles Darwin”, trará alguns documentos inéditos sobre o cientista. Em destaque, está a descoberta do registro de nascimento de Fritz, no pequeno vilarejo de Windischholzhausen (veja abaixo). O evento de lançamento da obra está marcado para segunda-feira (17), às 19h, na Furb, em Blumenau. O trabalho, feito, com a editora Kant Editorial, o primeiro livro biográfico publicado pelo jornalista, é um resultado de sete anos de trabalho.
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Fritz Müller foi um cientista alemão naturalizado brasileiro que, a partir de Santa Catarina, ajudou Charles Darwin a comprovar a Teoria da Seleção Natural das Espécies. Ele é considerado um dos mais originais naturalistas do século 19 pela revista Nature, e viveu 45 anos em Blumenau e Florianópolis. Mesmo sendo de renome mundo afora, continua pouco conhecido no Brasil. Aí está o objetivo do livro, que promete consolidar Müller não somente como um cientista de renome, mas como uma figura central da história catarinense e brasileira.
Mais do que um naturalista alemão, Fritz era um homem complexo, inquieto e, finalmente, redescoberto pelo público brasileiro.
— A vida de Fritz Müller tem dramas e aventuras dignas de um romance. Ele enfrentou crises econômicas, revoluções, o sofrimento da imigração, o desafio de criar uma família numerosa com poucos recursos, perseguições políticas, guerra civil… Tudo isso enquanto fazia ciência de classe mundial. É muita vida para apenas 75 anos — destaca o autor.
Confira a reportagem especial Caminhos de Fritz Müller
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O evento de lançamento, no bloco J da Universidade Regional de Blumenau (Furb), contará com a participação do escritor e dois convidados: a diretora do Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, Sueli Petry, e o ecólogo e ambientalista Lauro Bacca. Sueli falará sobre o envolvimento de Fritz Müller nos primeiros esforços de implantação da colônia Blumenau, enquanto Bacca tratará do projeto que pretende criar um circuito turístico nos caminhos percorridos por Fritz em Santa Catarina nas excursões científicas que fez.
Quem comprou a obra na pré-venda poderá retirar os exemplares já autografados durante o próprio evento, e os que não puderem comparecer receberão o livro pelo correio. Também será possível adquirir a obra no local.
Saiba quais são alguns dos documentos inéditos
Um dos documentos encontrados durante a pesquisa é o próprio registro de nascimento de Fritz Müller. O naturalista nasceu no vilarejo de Windischholzhausen, perto de Erfurt, na Alemanha, em 31 de março de 1822. O jornalista mostra que o livro de registros da pequena paróquia luterana ainda guarda o nome de Johann Friedrich Theodor Müller na primeira linha de nascimentos daquele ano, incluindo o horário que veio ao mundo: às 12h.

O documento, descoberto em um banco de dados digital alemão, será copiado e entregue ao Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, de Blumenau, para que outros pesquisadores também possam ter acesso. Os documentos inéditos e fatos novos que constam no livro mostram a vida do homem, para além do cientista. Portanto, a biografia não se limita ao lado científico de Müller. Ela revela um Fritz contestador, colono, professor, político de pouca habilidade, pai, marido, avô e até prisioneiro de guerra.
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— Pude perceber, ao longo desses sete anos de pesquisa, como mais e mais arquivos históricos e bibliotecas estão digitalizando seus acervos. Isso facilitou meu trabalho e certamente vai proporcionar novas descobertas sobre Fritz Müller nos próximos anos — revela o jornalista, que explorou acervos de documentos online como uma das principais fontes de pesquisa da obra.
Em 290 páginas, o jornalista conta a história e trajetória do naturalista alemão com profundidade, mas com linguagem envolvente e acessível. A edição é de Maicon Tenfen, com projeto gráfico de Aline Fialho e diagramação de Fabrício Álex Bittencourt. Lauro Bacca e Luiz Roberto Fontes colaboraram com a revisão científica.
Sobre o autor
Evandro de Assis é jornalista há 25 anos em Santa Catarina e mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre as horas vagas da carreira como jornalista, se dedicou para trabalhar na pesquisa durante sete anos. Integrante da equipe do Jornal de Santa Catarina vencedora do Prêmio Esso em 2009, ele foi finalista outras duas vezes como editor de Primeira Página. Recebeu o Prêmio Fapesc de Jornalismo 2022 pela série de reportagens sobre o bicentenário de Fritz Müller, publicada pela NSC.

