A Morinda citrifolia, popularmente conhecida como noni, atrai os olhares de pesquisadores e curiosos, especialmente por seu histórico milenar na medicina popular de regiões como o Sudeste Asiático, Indonésia e Polinésia.

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Com uma aparência que lembra a graviola e a fruta-do-conde, essa fruta tropical gera muita discussão devido às alegações que a ligam à promoção da saúde e do bem-estar, mas também a alertas de segurança alimentar.

Afinal, quais são as propriedades reais do noni? Estudos iniciais em laboratório apontam para ações anti-inflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas e hipoglicemiantes. Essas descobertas sugerem um potencial promissor na prevenção de doenças crônicas e no reforço da resposta imunológica.

No entanto, é importante frisar que, apesar do interesse crescente, há diversas questões e limitações envolvidas quando se fala no uso disseminado desta fruta.

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Quais são os benefícios e propriedades?

Pesquisas em laboratório têm explorado ativamente os compostos presentes no noni, como a damnacanthal, uma substância encontrada em suas raízes.

Este princípio ativo, em estudos com células, demonstrou um potencial anticancerígeno, levantando esperanças sobre uma futura aplicação no tratamento de diversas doenças.

Outras substâncias bioativas presentes na fruta também estão sendo investigadas por sua possível ação antioxidante e na regulação dos níveis de glicose no sangue.

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Além desses achados mais técnicos, o noni é frequentemente citado em relatos populares como um grande aliado no combate ao envelhecimento precoce e no apoio ao sistema imune.

Contudo, é fundamental registrar que as pesquisas realizadas até o momento são incipientes e, em grande parte, estão restritas a ambientes laboratoriais. Por isso, ainda não se encontram disponíveis resultados robustos com seres humanos capazes de confirmar essas promessas.

Por que o consumo do noni não é recomendado no Brasil?

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não permite a comercialização de produtos industrializados à base de noni.

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O principal motivo reside na ausência de estudos científicos suficientes que atestem a segurança, a dosagem ideal e os possíveis riscos relacionados ao consumo da fruta em humanos.

Incidentes registrados entre 2005 e 2007, nos quais pessoas desenvolveram lesões graves no fígado após ingerir grandes quantidades de suco de noni, reforçam a necessidade de cautela.

A preocupação das autoridades de saúde se baseia em diversos fatores de risco que envolvem o consumo do noni:

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  • Risco de toxicidade hepática e renal em altas doses;
  • Possibilidade de irritação gastrointestinal e sensação de mal-estar;
  • Falta de definição sobre dose segura para consumo;
  • Ausência de comprovação científica em larga escala de seus benefícios.

Com esses elementos, fica evidente que o uso disseminado do noni carece de respaldo técnico robusto, o que motiva órgãos regulatórios a adotar uma postura de precaução diante da fruta.

Noni realmente ajuda no combate ao câncer ou no emagrecimento?

O noni tem sido popularmente divulgado por supostamente contribuir para a prevenção do câncer e auxiliar na perda de peso. Entretanto, a literatura científica é clara: até 2025, não há pesquisas clínicas extensas e definitivas que comprovem esses efeitos em seres humanos.

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A maioria dos estudos utiliza modelos laboratoriais em células isoladas ou animais, o que impede a extrapolação desses resultados para a população geral com precisão.

As pesquisas sobre propriedades anticancerígenas concentram-se em laboratórios, sem validação clínica relevante. Além disso, não existem diretrizes oficiais para consumo seguro ou recomendado.

Outro ponto de atenção é que casos de emagrecimento relatados após o consumo de noni podem estar associados a problemas hepáticos, e não à atuação direta do alimento no metabolismo de gorduras.

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A literatura científica, portanto, reforça que é fundamental aguardar por mais investigações e por consensos consolidados acerca do tema. O consumo indiscriminado da fruta, sem acompanhamento especializado, pode gerar riscos à saúde.

Considerações sobre o uso da fruta noni na atualidade

Análises recentes apontam que, mesmo sendo tradicionalmente valorizado em algumas culturas, o noni permanece em avaliação quando o tema é segurança alimentar fora dessas regiões.

A semelhança visual com outras frutas tropicais pode gerar confusão, mas suas propriedades são distintas e merecem avaliação apartada.

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Para quem busca alternativas naturais para fortalecer o organismo ou tratar enfermidades, é fundamental ter atenção às recomendações dos órgãos reguladores e à falta de comprovação clínica.

A recomendação predominante entre especialistas é de prudência: a ausência de estudos humanos robustos, relatos de efeitos adversos graves associados ao consumo do noni e a falta de regulamentação autorizam um olhar criterioso para o tema.

Dessa forma, até que novas evidências estejam disponíveis, a orientação é evitar o uso do noni como alimento ou suplemento, priorizando sempre a segurança e a informação baseada em evidências.

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