Cinco meses após Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, provocar duas explosões próximo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, a Polícia Federal concluiu a investigação do caso. De acordo com as autoridades, “Tiu França”, como era conhecido o catarinense, agiu sozinho e não teve financiamento de terceiros. A apuração mostrou, ainda, que o morador de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, foi motivado pelo extremismo político.

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As conclusões da Polícia Federal estão pautadas em uma série de provas, que vão desde a análise das comunicações estabelecidas por Tiu França através de mensagens e ligações e até avaliação dos dados bancários e fiscais do homem. Os fatos foram corroborados ainda por exames periciais em todos os locais vinculados aos fatos, pela reconstituição cronológica das ações do autor antes e durante o atentado, e pela coleta de depoimento de ao menos uma dezena de testemunhas.

As conclusões da investigação foram encaminhadas ao STF.

Na noite de 14 de novembro de 2024, Tiu França explodiu o próprio carro, um Kia Shuma, a poucos metros do Anexo IV da Câmara dos Deputados. No veículo, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. Depois, ele acionou uma bomba que carregava junto ao corpo e morreu em frente à Praça dos Três Poderes. Na data, os ministros foram tirados do local às pressas.

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Vídeo mostra ação de Tiu França

R$ 1,5 mil em fogos

As investigações mostraram que o catarinense gastou mais de R$ 1,5 mil em fogos de artifícios em uma loja de Ceilândia, no Distrito Federal, nos dias que antecederam o atentado. A polícia esteve no imóvel onde ele residiu antes da explosão das bombas em Brasília e encontrou material explosivo. Mandados de busca também foram cumpridos na casa dele em Rio do Sul e nenhum material diretamente associado às explosões foi encontrado pelos agentes federais.

Tiu França concorreu a vereador pelo PL em 2020 e, antes de morrer, deixou mensagens publicadas em uma rede social com anúncio do atentado e ameaças a políticos e instituições. Ele participou de um protesto em que os participantes hostilizaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, em Porto Belo, no litoral de Santa Catarina. O caso ocorreu em novembro de 2022. Na ocasião, o magistrado precisou ser escoltado para sair em segurança do restaurante onde estava.

Nas redes sociais, o homem deixou mais de 40 mensagens de ódio ou com ameaças a políticos e instituições. O conteúdo foi excluído horas após as explosões. Um laudo da Polícia Federal apontou que Tiu França segurava um artefato explosivo próximo à própria cabeça na hora da detonação.

Relembre em fotos o caso

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