O Partido Progressista (PP) e o União Brasil, que compõem a federação União Progressista, decidiram por retirar seus ministros com mandato do governo Lula (PT) e declarar apoio a um projeto de anistia para Jair Bolsonaro (PL).
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A retirada é o resultado de uma estratégia política articulada que visa às eleições de 2026. Os anúncios foram feitos conjuntamente nesta terça-feira (2).
O apoio à anistia foi declarado no mesmo dia do início do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta em discussão pretende ser ampla, mas mantendo a inelegibilidade do ex-presidente, conforme a Folha de S.Paulo.
Entenda o que é anistia e o que diz o projeto.
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O que é anistia?
Prevista no Código Penal brasileiro, a anistia é uma forma de extinção da punibilidade de um crime. Ou seja, é a concessão de um perdão a um delito cometido por um brasileiro ou grupo de brasileiros.
A Constituição estabelece que crimes hediondos não podem ser anistiados. Neste rol, estão delitos como homicídio, tráfico de crianças, estupro, genocídio, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.
Os condenados pelo 8 de janeiro tiveram a pena imputada a partir dos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
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O que diz o projeto?
O projeto principal sobre a anistia perdoa quem praticou crimes políticos ou eleitorais, sendo manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta futura lei.
Na prática, o texto não beneficia Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030, mas a intenção da oposição é que o perdão se estenda ao ex-chefe do Executivo, para que ele retome a elegibilidade e possa disputar as eleições no próximo ano. O projeto original é de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO).
Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o relator Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) fez mudanças e defendeu a anistia de todos que participaram de eventos anteriores ou subsequentes aos atos de 8 de janeiro de 2023, desde que tivessem relação com o perdão aos condenados dessa data.
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No entanto, por ter sido retirado da CCJ, o parecer do relator, na comissão, perdeu a validade. O projeto exige agora um novo relatório. O texto original também perdoa multas relacionadas às condenações de quem participou do 8 de Janeiro.
Concede ainda anistia para quem ajudou no financiamento, organização ou apoio de qualquer natureza aos atos, além de quem fez publicações de endosso nas redes sociais.
Conheça os réus do núcleo principal do julgamento do STF
*Sob supervisão de Pablo Brito
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Acompanhe a cobertura do julgamento de Bolsonaro e outros réus pelo NSC Total. Confira as últimas notícias: Polícia Federal solicita monitoramento com agentes dentro da casa de Bolsonaro e Michelle reclama de “humilhação” após Moraes determinar monitoramento 24h de Bolsonaro.
 
                             
                        
                        






