A adolescente Maria Victória Rodrigues dos Santos, de 15 anos, foi encontrada morta no dia 24 de março. O crime é investigado como feminicídio e o padrasto da jovem, Ramon Silva Gomes, de 30 anos, foi preso na sexta-feira (30) como o principal suspeito.

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De acordo com as investigações, Ramon estaria no local do crime no momento da morte da enteada, contrariando o depoimento que ele prestou à polícia. O inquérito continua em andamento, e a prisão temporária pode ser convertida em preventiva.

A adolescente, que estava grávida de cinco meses, foi encontrada sem vida pela mãe no quarto, ensanguentada. A mãe gritou por socorro, e ao ouvirem os gritos, os vizinhos foram até o local, perceberam que Maria Victória já estava sem vida.

A polícia isolou a área para trabalhos de perícia criminal. O corpo apresentava perfuração de arma branca e marcas de espancamento.

Quem era a adolescente

Maria Victória Rodrigues dos Santos, de 15 anos, estava grávida de cinco meses e morava com a mãe, Marisa Rodrigues. Ela morava com a mãe, em Itaueira, e adorava vaquejada, crianças, sair com as amigas e ir para a casa da avó materna. A adolescente estudava no Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Monsenhor Uchôa. 

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— Ela só tava começando a vida. Tava esperando meu netinho, apesar da pouca idade, apesar da gente dizer que não era hora. Ela tava tão feliz de ter esse filho e foi tirada essa oportunidade dela. Tiraram a oportunidade da minha filha viver coisas novas — conta a mãe Marisa Rodrigues.

A adolescente estava grávida de cinco meses. A Polícia Civil aguarda um laudo para a confirmar quem era o pai da criança.

No momento, o principal suspeito do crime é o padrasto da vítima, Ramon Silva Gomes. O ex-namorado de Maria Victória, e pai do bebê chegou a ser considerado como suspeito, mas essa hipótese foi descartada.

O delegado João Ênio, titular da Delegacia de Itaueira, informou ao g1 que teve acesso a imagens de câmeras de segurança que comprovam que o rapaz estava em casa no momento do crime.

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Padrasto foi preso como suspeito

Ramon Silva Gomes, padrasto da vítima, foi preso na manhã de sexta-feira (30). Ele é suspeito de assassinar a adolescente grávida. Ramon afirmou à polícia que não estava na casa no momento em que a jovem foi morta, mas a localização do celular apontou a presença dele.

O suspeito foi conduzido à Delegacia Regional de Canto do Buriti. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.

— Identificamos a presença do senhor Ramon Silva Gomes no local do crime, no momento do crime. São dados irrefutáveis e inquestionáveis que nos permitem ter essa conclusão. O que contraria frontalmente a versão dele, que formalmente e informalmente disse que estaria na localidade Pintada, na casa dos seus pais. Essa versão não se sustenta — explicou o delegado João Ênio, titular da Delegacia de Itaueira e responsável pela investigação.

Marisa Rodrigues, mãe de Maria Victória, afirmou em entrevista ao g1 que Ramon, seu então companheiro e padrasto da vítima, tinha o hábito de sair sozinho com Victória. Ela disse que não vai declarar nada sobre a prisão do companheiro.

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Cena do crime

A mãe da adolescente conta que ao chegar em casa, por volta das 20h, percebeu que a porta estava aberta. Ela chegou a pensar que a filha poderia ter saído com o padrasto, mas ligou para o celular dela e não teve retorno. Também foi ao quarto da adolescente e não a encontrou. Ela encontrou a adolescente ensanguentada e caída no próprio quarto.

— Abri a porta do meu quarto e me deparei com minha filha daquele jeito. Saí correndo para pedir ajuda, fiquei do lado dela procurando o pulso e tentei reanimá-la, mas vi que ela estava sem vida. Aí parei. Não pude fazer mais nada — lamentou.

Maria Victória teve perfurações no tórax, inchaços no rosto e pescoço e hematomas no braço. No dia 10 de abril, o corpo dela foi exumado para que novas provas biológicas fossem coletadas e ajudassem a esclarecer a autoria do crime.

Em entrevista à TV Clube, o delegado João Ênio, detalhou que algumas marcas de agressões que estavam aparentes na vítima não foram detectadas pela perícia preliminar e que uma nova análise havia sido solicitada.

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— Solicitamos uma nova pericial para tentar detectar outras coisas que possam nos ajudar a entender como aconteceu a morte — comentou na ocasião.

Arma do crime

Ainda segundo o delegado, familiares afirmam que encontraram uma faca na residência, no dia da morte da adolescente. Porém, o objeto não foi localizado pela polícia, assim como o celular da adolescente.

— Ninguém relatou ter visto a morte. A arma do crime também sumiu. A família nos contou sobre uma faca no local, procuraram, mas nada com a característica descrita foi encontrado — contou.

*Com informações de g1 e Metrópoles

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