O homem que confessou ter arremessado o filho de cinco anos de uma ponte em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, teve prisão temporária decretada pela Justiça na noite de quarta-feira (26). Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, já estava detido.
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Minutos após ter jogado o filho da ponte sobre o rio Vacacaí, o homem se apresentou voluntariamente à Brigada Militar e confessou o crime. Ele teria dito que matou Theo Ricardo Ferreira Felber por vingança à mãe da criança.
— A relação foi bastante conturbada. Ele não aceitava a separação, não aceitava que ela se relacionasse novamente com outras pessoas, e ele falou várias vezes que o motivo era vingança — disse o delegado Daniel Severo, conforme o g1.
O velório de Theo aconteceu na noite de quarta-feira (26) na Capela Municipal de Nova Hartz, cidade onde ele ele morava com a mãe. O sepultamento será no Cemitério Municipal, a partir das 9h desta quinta-feira (27).
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Tentativa de matar a criança sufocada
Segundo a polícia, o homem afirmou em depoimento que, no dia anterior, havia tentado matar a criança sufocada. Ele estava determinado a matar o filho, segundo o delegado:
— Ele relata que andou pela cidade, procurando um ponto apropriado para terminar o que ele havia já se determinado a fazer. Decidiu, por fim, na ponte do rio Vacacaí, próxima à entrada do bairro Bonfim, jogá-lo da ponte com a intenção de que ele morresse afogado — disse Daniel Severo, ao g1.
Câmeras de monitoramento flagraram Tiago em uma bicicleta, com o filho na frente, horas antes do crime. De acordo com o delegado, o menino estava vivo quando foi jogado da ponte.
— Ele (pai) relatou em depoimento que o menino não estava morto e as imagens confirmam. Théo morreu quando foi jogado da ponte. Não sabemos se afogado ou devido à queda. Estamos aguardando o laudo da perícia para confirmar — explicou o delegado ao portal GZH.
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De acordo com o delegado Daniel Severo, uma perícia foi realizada na noite desta quarta na casa do suspeito, em São Gabriel. Segundo a polícia, a Instituto Geral de Perícias (IGP) vai apurar se há sinais de violência do pai em relação a criança.
“Fiz uma bobagem”
Tiago teria admitido o crime em uma ligação feita a uma tia momentos depois. De acordo com Fulvio Diverio, tio do menino, o homem falou que havia feito “uma bobagem”.
— A hora que a minha esposa ligou, ele disse assim: “Vem buscar a chave aqui no centro, porque eu fiz uma bobagem. Eu machuquei o Theo até não poder mais” — relatou Fulvio Diverio à RBS TV.
Segundo Fulvio, o suspeito teria buscado o filho no sábado (22) na cidade Nova Hartz, onde ele morava com a mãe. O homem teria alegado que não queria passar o aniversário de 40 anos, na terça-feira (25), sozinho.
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Mãe nega histórico de violência
A mãe do menino, Abigail Luisa Ferreira Felber, 30 anos, prestou depoimento em São Gabriel na manhã de quarta-feira (26). Segundo o delegado, não havia histórico de violência do pai contra a criança e Tiago era descrito como um bom pai. O casal estava separado desde o fim do ano passado.
— Ela relatou episódios, não de violência, mas de um certo descontrole quando contrariado —explicou o delegado ao g1.
À imprensa, a mãe da criança disse que nunca havia sido ameaçada por Tiago. Ela também afirmou que Theo estava “ansioso” para visitar o pai. Sábado (22) teria sido o último dia que ela viu o filho.
— Ele (Theo) estava ansioso para visitar o pai. Queria deixar ele (Théo) feliz. Nunca imaginei o que ele iria fazer. Ele era um bom pai, eu achava, mas um bom pai não faz isso que ele fez com o meu filho. Ele é um monstro. Não tem cabimento, o nível de crueldade. A gente está desolado. Ele acabou com a minha família, acabou com tudo. Nunca achei que ele iria matar o filho. Nunca, nunca, nunca — disse a mulher, conforme o Diário de Santa Maria.
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O que diz a defesa
“Hoje às 16h20 ocorreu a audiência custódia do Thiago. Nela ele relatou que foi espancado, foi agredido tanto pelos policiais como no presídio pelos agentes penitenciários.
Dessa forma foi decretado a prisão preventiva pela excelentíssima senhora juíza, mas ontem, quando foi colhido o depoimento dele, não tinha a presença de um advogado.
Ele não foi informado que poderia contar com um advogado. Outra coisa que nós temos que ressaltar, ele está sendo execrado, condenado, punido no inquérito.
Nós não tivemos ainda o devido processo legal, falta laudos para aportar ao inquérito, denecropsia e outros. Então, dessa forma, ele está injustamente preso.
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Esse é o que a defesa tinha para se manifestar.”
*Com informações do g1, do GZH, do Diário de Santa Maria e da RBS TV.
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