A popularização das chamadas “canetas emagrecedoras” abriu espaço para um mercado paralelo que oferece versões irregulares desses medicamentos. 

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Esses fármacos são indicados para tratar obesidade e diabetes tipo 2 e exigem acompanhamento médico. 

Mas a busca por alternativas mais rápidas e baratas para emagrecer tem levado consumidores a recorrerem a produtos falsificados ou sem registro sanitário, o que aumenta o risco para a saúde.

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Rotas de compra fora do País

No Brasil, a Anvisa autoriza medicamentos que contenham semaglutida, liraglutida e tirzepatida. Entre as marcas citadas estão Ozempic, Wegovy, Saxenda, Lirux, Olire, Mounjaro e Zepbound.

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A venda de produtos sem registro é proibida por ausência de garantias sobre segurança, eficácia e qualidade.

No Paraguai, porém, circulam muitas opções que não têm aprovação no Brasil e que podem ser compradas com facilidade. Por isso, brasileiros têm cruzado a fronteira em busca de alternativas mais baratas.

Nas redes sociais aparecem vídeos com filas em farmácias paraguaias e com a indicação de princípios ativos e nomes de remédios. Entre as opções apresentadas está o Lipoless, alegadamente à base de tirzepatida, vendido sem receita.

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Algumas versões chegam a custar dez vezes menos do preço das originais, o que estimula a procura, mesmo sem garantias sobre o conteúdo e a origem.

Apreensões e operações no Brasil

Em maio, a Receita Federal apreendeu quase 130 canetas injetáveis no Aeroporto de Foz do Iguaçu. Segundo o passageiro, a carga saiu de Londres, no Reino Unido, seguiu para Madri, na Espanha, e depois foi levada a Assunção, no Paraguai.

A partir do Paraguai, o trajeto até o Brasil teria sido feito por via terrestre, com destino final em duas capitais brasileiras. Segundo a Receita, parte das canetas seria vendida em Natal, no Rio Grande do Norte, e outra parte em Belém, no Pará.

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Outras operações recentes também resultaram em prisões e apreensões de versões falsificadas ou sem registro. Em junho, foram encontradas 60 unidades de retatrutida em fase de testes e 30 canetas de Mounjaro.

Perigos do uso de versões irregulares

A médica endocrinologista Claudia Schimidt, do Hospital Israelita Albert Einstein, disse à Veja Saúde que o uso de versões irregulares dessas canetas envolve incertezas. 

Segundo ela, “os riscos são potencialmente sérios e, até certo ponto, imprevisíveis. É muito difícil saber quem vai ter um problema relacionado a isso ou não. Então, acaba sendo uma prática arriscada”. 

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Schimidt explicou que parte da preocupação está ligada ao conteúdo real desses frascos. 

“Pode ser que se prometa ser um certo medicamento, como Ozempic ou Mounjaro, e esteja presente outro composto ali. Além disso, o fato de não ter toda uma fiscalização sanitária traz riscos associados à contaminação, com chance de infecção”, informou a médica.

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Por Vitoria Estrela