O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Julio Garcia (PSD), usou o plenário da Casa para se defender das denúncias recentes da Operação Alcatraz. Em um longo discurso, o deputado estadual chamou as acusações de “abusivas” e disse que é alvo de uma perseguição, em um “espetáculo promovido às custas da reputação alheia”.

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> Operação Alcatraz: entenda a denúncia contra Julio Garcia, presidente da Alesc

Garcia iniciou o discurso falando que estava em silêncio até então “para evitar mal entendidos”, e na sequência lembrou de outras operações policiais que também considerou abusivas, como a que envolveu o ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier. 

– A investigação e a operação, ainda que sejam realizadas pelo Ministério Público, não podem ser consideradas como de todo verdadeiras, e muito menos uma sentença – afirmou o deputado.

Julio Garcia é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “chefe de uma organização criminosa” que era formada por funcionários públicos que praticavam delitos contra a administração pública. Para os procuradores, o presidente da Alesc, que à época dos casos investigados na Alcatraz era conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), “exercia sem pudor a ‘prerrogativa’ de alcançar nomeações de apadrinhados nos órgãos em que demonstrava interesse”. Trecho da denúncia afirma que está evidenciada a ingerência do deputado na nomeação de servidores no governo do Estado.

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O deputado disse que a indicação de servidores não pode ser tomada como uma prática ilícita, e que “nada de concreto” foi encontrado. Para Garcia, “a insistência do MP” ocorre pela relação de amizade que o deputado mantém com os outros investigados, como Nelson Castello Branco Nappi Junior.

Garcia disse também que sofreu perseguição por estar na linha sucessória no caso de impeachment do governador Carlos Moisés e da vice, Daniela Reinehr:

– Essa primeira denúncia, aforada de afogadilho, foi oferecida em 14 de setembro de 2020, na véspera da votação pelo Plenário desta Casa Legislativa do recebimento do processo de impeachment. […] A apresentação dessa peça acusatória, não me falta dúvida, teve o propósito não republicano de me comprometer a honorabilidade, porquanto me encontro, por uma questão legal, na ordem de sucessão governamental.

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Garcia detalhou também a posse de alguns bens que, nas denúncias, são citados como supostas provas de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. Em relação a um barco citado pelo MP, o deputado disse que a embarcação é dividida entre quatro pessoas e, portanto, não é “expressão de fortuna indevida”.

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