O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), deflagrou na manhã desta quarta-feira (26) a Operação Último Recurso, que apura suspeitas de fraudes em concursos públicos no Extremo Oeste catarinense. A ação ocorreu em apoio à investigação da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Maravilha.
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Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no município de Flor do Sertão, pequena cidade de 1.783 habitantes em SC. Além disso, decisões judiciais determinaram a suspensão do exercício de função pública de dois servidores municipais. As medidas foram autorizadas pela Vara Regional de Garantias da Comarca de São Miguel do Oeste.
A reportagem tenta contato com a prefeitura de Flor do Sertão. O espaço segue aberto.
A operação é um desdobramento da segunda fase da Operação Electus, que investiga a atuação de uma empresa organizadora de concursos públicos suspeita de manipular gabaritos e interferir nos resultados. Há indícios de participação de servidores municipais no esquema. O objetivo da nova etapa é apreender documentos, materiais e dispositivos que possam reforçar as evidências da investigação e garantir a lisura dos certames.
Como funcionava o esquema
O nome “Último Recurso” faz referência a uma estratégia que teria sido utilizada pela empresa investigada: candidatos que seriam beneficiados eram orientados a apresentar recursos administrativos após a prova. A partir disso, segundo a apuração, havia a manipulação de gabaritos e resultados para favorecer determinados participantes.
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A ação deflagrada nesta quarta ocorre após a segunda fase da Operação Electus, realizada em outubro de 2025 nos municípios de São Bernardino, Saltinho, Santa Terezinha do Progresso, Campo Erê, Palmitos, São Ludgero, Entre Rios, União do Oeste, Jardinópolis e Marmeleiro (PR). Na ocasião, foram cumpridos mandados para desarticular um esquema de fraude que teria beneficiado candidatos em provas e processos seletivos da região.
Próximos passos da investigação
Todo o material apreendido será encaminhado à Polícia Científica para perícia. Os laudos subsidiarão o trabalho do GAECO, que busca identificar outros envolvidos e aprofundar a investigação sobre eventual rede criminosa.
O procedimento segue em sigilo. Conforme o GAECO, novas informações poderão ser divulgadas assim que houver publicidade nos autos.
