Florianópolis tem risco muito alto para inundações, alagamentos, enxurradas e deslizamentos de terra, indica a plataforma NaturezaOn, lançada na última terça-feira (11) durante a COP30. O sistema busca mapear bairros, cidades e estados de todo o Brasil em áreas de vulnerabilidade climática e indica alternativas sustentáveis para minimizar os impactos, apoiando gestores públicos e sociedade civil na identificação de soluções.
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De acordo com estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, os desastres climáticos aumentaram 250% no início desta década (2020 – 2023), em comparação com os registros da década de 1990. Segundo os pesquisadores, para cada aumento de 0,1°C na temperatura média global do ar, ocorreram 360 novos desastres climáticos no Brasil.
Através da plataforma, é possível ver que alguns bairros da capital catarinense apresentam áreas de vulnerabilidade climática. No Sul, por exemplo, o Pântano do Sul, Tapera e Ribeirão da Ilha têm risco “muito alto” para deslizamentos de terra, inundações e alagamentos.
Já na região Norte de Florianópolis, bairros como Saco Grande, Sambaqui e Jurerê também são de riscos para desastres climáticos. Outros locais como Carvoeira, Trindade e Itacorubi não apresentam indicadores de desastres ambientais.
Veja alguns bairros com vulnerabilidade climática em Florianópolis
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Quais são as soluções para Florianópolis
Além de mapear as áreas em vulnerabilidade climática, a plataforma também indica estratégias e soluções que podem contribuir com a criação de planos de prevenção a desastres naturais. Para Florianópolis, por exemplo, as soluções apresentadas são a criação de lagoas pluviais ou baciais de retenção e restauração de encostas.
As lagoas pluviais ou baciais de retenção são estruturas que recebem, armazenam e liberam lentamente a água das chuvas, reduzindo picos de vazão, alagamentos e melhorando a qualidade da água.
Já a restauração de encostas pode ser feito com o uso de vegetação nativa (associada quando necessário a técnicas geotécnicas) para estabilizar solos, reduzir deslizamentos e regular fluxos superficiais.
A prefeitura de Florianópolis afirmou em nota ao NSC Total que desenvolve uma série de ações permanentes para reduzir os impactos de eventos climáticos na cidade. Entre elas, segundo o texto, se destaca a limpeza hidrográfica regular, que diminui o risco de alagamentos nos bairros. Além disso, a prefeitura acrescenta ainda que trabalha para reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio do avanço contínuo na gestão adequada dos resíduos e da preservação da vegetação nativa, com alto potencial de sequestro de carbono.
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“Por meio do setor de captação de recursos, tem a previsão de investir, no médio prazo, ao menos R$ 65 milhões de reais em obras para a contenção de encostas, áreas consideradas de maior risco, incluindo comunidades do Maciço do Morro da Cruz; e em melhorias de macrodrenagem. Essas são algumas das iniciativas que reforçam o compromisso da cidade com a mitigação dos efeitos da crise climática e a construção de uma cidade mais resiliente”, complementa o município, em nota.
Como usar a plataforma
Para consultar o nível de vulnerabilidade de uma rua, bairro, território, município ou bacia hidrográfica, basta selecionar o local na Plataforma Natureza ON. Além de indicar os riscos climáticos do local, a ferramenta sugere Soluções Baseadas na Natureza (SBN) que podem ser usadas para aumentar a resiliência naquela realidade.
O conceito de SBN contempla iniciativas que aproveitam a própria natureza, como arborização, parques lineares, renaturalização de rios, restauração de ecossistemas costeiros, sistemas naturais de drenagem, entre outros, para reduzir riscos climáticos, melhorar a qualidade de vida da população e contribuir com a conservação da biodiversidade.
Em uma área com risco de inundações, por exemplo, podem ser recomendadas estratégias para aumentar a permeabilidade do solo, como jardins de chuva, telhados verdes e biovaletas. Em alguns casos, também podem ser recomendados lagoas de retenção, parques alagáveis ou a criação de parques lineares nas margens dos rios.
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A plataforma online foi criada com tecnologia do Google Cloud, em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e o MapBiomas. O uso é público e gratuito.






