Uma revisão publicada na revista Animals reacendeu o interesse pelo leite de jumenta, alimento usado desde a Antiguidade e que agora reaparece em estudos modernos por efeitos que vão da digestão à imunidade.

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O artigo “Current Knowledge on Functionality and Potential Therapeutic Uses of Donkey Milk” reuniu evidências científicas e destacou sete frentes de potencial benefício.

Apesar dos avanços, os autores reforçam que a maior parte das evidências ainda vem de animais e ensaios preliminares, cenário que exige mais estudos em humanos.

7 benefícios apontados pela ciência

1. Tolerância maior em crianças com alergia ao leite de vaca

A revisão mostra que o leite de jumenta apresentou tolerabilidade entre 82,6% e 98,5% em crianças alérgicas ao leite de vaca. A estrutura proteica mais próxima do leite humano ajuda a reduzir reações e ampliar opções seguras de dieta.

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Além da boa aceitação, estudos observaram melhora em medidas de crescimento quando o leite foi usado de forma acompanhada. Como tem menos gordura, exige suplementação em dietas infantis exclusivas.

Os autores reforçam que, apesar dos resultados animadores, casos isolados de alergia ao leite de jumenta existem e exigem acompanhamento especializado.

2. Composição semelhante ao leite humano

O estudo destaca que o leite de jumenta possui proporções de proteínas e lactose muito próximas ao leite humano, o que explica sua digestão mais suave e palatabilidade superior.

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Também chama atenção a presença de vitaminas, ácidos graxos poli-insaturados e proteínas funcionais que podem exercer ação antioxidante e imunológica.

Essa “semelhança marcante” já sustentou seu uso histórico em crianças, mas a revisão lembra que sua baixa gordura deve ser compensada nutricionalmente.

3. Ação imunomoduladora promissora

Segundo a pesquisa, proteínas como a lisozima e a α-lactalbumina parecem estimular respostas imunológicas importantes. Em testes, houve aumento de citocinas relacionadas à defesa, como IL-1 e IL-6.

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Em idosos, a ingestão diária de leite de jumenta por um mês ajudou a fortalecer a chamada “resposta de fase aguda”, ligada à imunidade.

Os autores ressaltam que esses achados ainda são iniciais, mas indicam possível utilidade para grupos com imunidade fragilizada.

4. Propriedades antioxidantes observadas em estudos

Ratos alimentados com leite de jumenta apresentaram melhora em mecanismos antioxidantes e maior atividade de enzimas de defesa celular, como a SOD. Isso ajuda a conter danos provocados por espécies reativas.

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Pesquisas também encontraram aumento de enzimas que participam de processos de detoxificação no fígado, sugerindo proteção metabólica.

Embora animadores, esses resultados ainda vêm majoritariamente de modelos animais e precisam ser testados em humanos.

5. Potencial de ajudar no controle da glicemia

Em experimentos, o leite reduziu glicose e resistência à insulina em ratos diabéticos, efeito comparável ao do metformina em alguns parâmetros. Ainda, a bebida ajudou na viabilidade de células pancreáticas danificadas.

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Os pesquisadores destacam que proteínas como α-lactalbumina e lisozima podem influenciar a resposta à insulina e a inflamação associada ao diabetes.

O estudo cita que a modulação mitocondrial também contribui para a melhora do metabolismo da glicose.

6. Melhora do metabolismo de gorduras

Com teor menor de gordura e alta proporção de ácidos graxos insaturados, o leite de jumenta se mostrou capaz de reduzir triglicérides e acúmulo de gordura em músculos de animais.

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Houve aumento da oxidação de ácidos graxos e maior eficiência mitocondrial, o que ajudou na queima de lipídios.

Esse efeito pode interessar a pesquisas sobre obesidade e dislipidemias, embora ainda não haja ensaios clínicos suficientes.

7. Modulação da microbiota e proteção intestinal

O leite apresentou impacto positivo na microbiota e contribuiu para restaurar o equilíbrio intestinal em modelos de colite. A lisozima parece ser a principal responsável por reduzir inflamações e melhorar a integridade da barreira intestinal.

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Em situações de inflamação, animais tratados tiveram menos danos e melhor recuperação, segundo os estudos analisados.

Esses achados sugerem possível aplicação futura em doenças intestinais, mas ainda carecem de avaliação clínica em humanos.

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