Um padre de 59 anos foi afastado de suas funções pela Diocese de Lages, na Serra catarinense, após ser denunciado por suposto abuso sexual contra um adolescente de 13 anos.
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A Polícia Civil está investigando a denúncia. A suspeita veio à tona nesta semana, depois que os pais de um adolescente de 13 anos procuraram a delegacia para registrar um boletim de ocorrência no último dia 16 de junho.
Segundo o relato, o padre teria ido até a casa da família e pedido permissão para levar o adolescente até a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no bairro Guarujá, onde ele reside, para ajudar em uma mudança.
O menino só retornou para casa às 22h. Posteriormente, relatou à irmã que, após concluir o trabalho, foi convidado a entrar na casa paroquial, onde tomou um suco e acabou dormindo. Ao acordar, percebeu que teria sido abusado sexualmente.
A família suspeita que o adolescente possa ter sido dopado. Exames foram solicitados. O menino conversou com o suposto autor por mensagens no dia seguinte, buscando mais informações sobre o ocorrido. O padre teria pedido para apagar as mensagens, que já foram entregues à polícia como parte da investigação.
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Na semana passada, o Conselho Tutelar acompanhou o adolescente até o Instituto Médico Legal para a realização do exame de corpo de delito.
Diocese de Lages se manifestou por meio de nota
Em nota divulgada no dia 18 de junho, a Diocese de Lages informou que tomou conhecimento das acusações e adotou providências:
“A Diocese de Lages (SC) comunica que chegaram, recentemente, à Cúria Diocesana, informações contendo acusações de natureza grave envolvendo o padre que atua na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Lages (SC).
Diante da seriedade dos fatos noticiados, a Diocese, fiel aos princípios da verdade, da justiça e da caridade cristã, declara que tais acusações exigem uma averiguação responsável, prudente e rigorosamente conduzida, em consonância com as normas do Direito Canônico e, quando cabível, da legislação civil. Tal apuração visa garantir, acima de tudo, a proteção de eventuais vítimas, bem como o direito à boa fama, à presunção de inocência e à ampla defesa do sacerdote acusado.
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Caso se comprove os fatos alegados a Diocese de Lages reafirma com veemência seu compromisso com a vítima e seus familiares, como acolhimento e escuta, apoio psicológico, espiritual e legal, transparência e justiça, prevenção e garantia de não repetição. Além de apoio espiritual e psicológico, a Diocese, se necessário, irá buscar formas de reparação moral e material, conforme a legislação local.
Em vista disso, foram adotadas medidas cautelares, entre as quais o afastamento temporário do padre do exercício de suas funções ministeriais na referida paróquia, bem como decreto de imposição de medida cautelar de restrição de residência. Essas medidas têm caráter preventivo e não representam, de forma alguma, um juízo antecipado sobre a culpabilidade ou inocência do sacerdote. Trata-se de um procedimento necessário para assegurar a lisura do processo investigativo canônico, bem como para evitar qualquer escândalo, perturbação ou divisão no seio da comunidade paroquial e diocesana.
A Diocese de Lages reafirma seu compromisso com a verdade, com a justiça e com a proteção dos mais vulneráveis, reiterando que acompanhará com seriedade e transparência o desenvolvimento dos fatos, sempre em colaboração com as autoridades competentes, civis e eclesiásticas.
Contamos com a oração e compreensão de todos os fiéis, e rogamos à Nossa Senhora da Saúde que interceda por nossa Igreja diocesana neste momento delicado, para que a verdade prevaleça e a justiça seja plenamente realizada.
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Dom Guilherme Antonio Werlang – Bispo Diocesano de Lages
Pe. David Bruno Goedert – Vigário Judicial“
A defesa do padre também se manifestou por meio de nota, confira:
“O escritório Pavão Antunes Sociedade de Advogados, por meio de seus advogados Gabriel de Oliveira Antunes e Alfredo Driessen Nunes, informa que foi constituído para a representação jurídica do investigado em 25 de maio de 2025, envolvido em caso de grande repercussão na cidade de Lages e no estado de Santa Catarina.
Esclarecemos que já foi formalmente solicitado o acesso aos autos do inquérito policial instaurado, que se encontra em fase embrionária. Desde então, os advogados acompanham de forma diligente o desenrolar das investigações, sempre pautados pelo respeito à verdade dos fatos e à ampla defesa.
Ressaltamos que o investigado está à disposição das autoridades e que a defesa tem colaborado integralmente com a Polícia Civil, confiando na seriedade da apuração conduzida pelos órgãos competentes.
Por fim, reiteramos nosso compromisso com a atuação ética, técnica e responsável na condução da causa.
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Gabriel de Oliveira Antunes – Advogado OAB/SC 35.567“
A Polícia Civil informou que o inquérito está em andamento, com investigações sendo realizadas.
*Com informações do repórter da NSC TV, Mateus Barreto.
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