O menino de oito anos que levou um choque elétrico após um fio de alta tensão se romper em Itajaí está em estado grave no Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis. Ele foi transferido no fim de semana e passava por uma cirurgia na manhã desta segunda-feira (17). Fernando de Barros estava na calçada de casa quando foi atingido pelo cabo. A Celesc acredita que o rompimento se deu por causa de uma pipa que se enroscou na fiação e, possivelmente, estava com cerol.
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— Meu filho está lutando pela vida. Está nas mãos de Deus — desabafa o pai, Franklin de Barros.
O pesadelo começou no sábado (15) à tarde. Inês da Silva, amiga da família, conta que Fernando não gosta muito de brincar fora de casa. Naquele dia, após o chamado do pai para sair do quarto, o menino foi até a calçada, na Rua Jaziel José da Rosa, no bairro São Vicente. Ele não estava soltando pipa e, inclusive, nem gosta da brincadeira, garante Inês. A tranquilidade daquele dia foi interrompida por volta das 15h, quando os vizinhos começaram os gritos por socorro.
O pai, ainda abalado e com ferimentos sofridos de quando tentava salvar o filho, diz que ele e Fernando estavam entrando em casa quando o fio caiu e puxou o menino pelas costas. Instintivamente, o homem tentou pegar o garoto, mas acabou ferido. A mãe estranhou o barulho e, ao sair para ver o que acontecia, se deparou com o menino caído. Na esperança de ajudar, colocou a mão no fio e acabou arremessada. Um vizinho percebeu a situação e decidiu agir para evitar uma tragédia maior.
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— Veio um vizinho e puxou o fio, mas não saía porque estava grudado no pneu da carretinha do carro estacionado aqui. Aí veio outro vizinho com uma madeira com um gancho e o desengatou. Já começamos massagem cardíaca, respiração boca a boca e logo o Samu chegou — relembra Franklin.
Fernando recebeu os primeiros-socorros no Centro Integrado de Saúde de Itajaí e, depois, foi transferido para o Hospital Pequeno Anjo, na mesma cidade. Lá, as equipes médicas estabilizaram o garoto, que foi sedado e intubado. Neste domingo (16) de manhã, o menino foi levado para um hospital especializado na Capital do Estado. Segundo a família, o quadro é bastante grave.
Veja fotos do local do acidente
Problema recorrente
Franklin diz que naquela tarde muitas pessoas soltavam pipa perto da casa deles e várias delas eram adultas, segundo o pai. A Celesc afirma que o problema com fios de pipas, sobretudo com cerol, são recorrentes em Itajaí e essa não seria a primeira vez que uma acabou rompendo um cabo energizado. Em tantas outras, os curtos-circuitos teriam deixado milhares de moradores sem luz.
A Celesc esteve no local no fim de semana, fez o reparo na rede e deve retornar nesta segunda-feira (17) para esclarecer melhor as circunstâncias do acidente. A Polícia Civil disse que vai apurar o caso.
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— Eu peço que as pessoas que soltam pipa não tenham raiva de mim, mas é um pai que está clamando e está pedindo. Olha a fatalidade que aconteceu por causa de uma linha — suplica Franklin.
No começo deste mês, um rapaz de 21 anos morreu degolado por uma pipa com cerol. Luiz Eduardo Sclonesk estava trafegando de moto pela BR-470 quando o fio acerto o pescoço dele. As investigações ainda estão em andamento, mas a polícia afirma que crianças estão envolvidas no acidente.
O uso de cerol em pipas é proibido no Brasil.
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