A causa da morte do papa Francisco, aos 88 anos, foi divulgada no início da tarde desta segunda-feira (21). De acordo com o Vaticano, o pontífice morreu por conta de um AVC e insuficiência cardíaca. Entre fevereiro e março, o papa passou 38 dias internado devido a uma pneumonia.

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O papa morreu em casa, na Cidade do Vaticano, às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. O funeral foi marcado para o próximo sábado (26), a partir das 5h, no horário de Brasília (10h do horário local).

O AVC acontece quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, podendo causar sangramento dentro ou ao redor do cérebro e paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

Francisco ainda se recuperava de uma pneumonia e sofria complicações de um quadro respiratório, depois de ficar 38 dias internado.

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Fernando de Mendonça Cardoso, coordenador do Diretório científico de Doenças Neurovasculares da Academia Brasileira de Neurologia (ABN-RJ), explica que o uso de ventilação mecânica e a doença pulmonar do papa não possuem relação com um possível aumento do risco de AVC.

O neurologista José Bauab afirma ainda que a idade é um dos fatores que aumenta o risco de uma hemorragia cerebral, no caso do papa Francisco. Com a idade avançada, às vezes os vasos sanguíneos cerebrais já estão muito finos, assim como as paredes das artérias. Também pode ocorrer o acúmulo de proteína amilóide nas artérias cerebrais.

— Também é possível que ele tenha tido alguma arritmia, que é muito comum nessas condições clínicas na pessoa idosa. E para o tratamento dessa arritmia, pode ter sido ministrado algum anticoagulante, que são medicamentos que afinam o sangue, os quais acarretam um risco maior hemorrágico em qualquer lugar do corpo — afirma Bauab.

Relembre histórico de saúde do papa Francisco

A saúde do papa Francisco entrou em pauta quando, nos últimos anos, o pontífice precisou enfrentar diversos problemas, como dores nos joelhos e quadris, inflamação do cólon e uma operação de hérnia.

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Em 2023, Francisco, que teve uma parte de um dos pulmões removida na juventude, ficou hospitalizado durante três dias devido a uma bronquite, tratada com antibióticos. No início deste mês, Francisco disse a fiéis durante uma audiência semanal que estava com um “forte resfriado”, que mais tarde foi descrito pelo Vaticano como bronquite.

Ele foi internado no dia 14 de fevereiro devido a uma infecção respiratória. No dia 17, o Vaticano informou que o papa estava com uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias e que sua situação clínica era “complexa”. Já no dia 18, ele foi diagnosticado com uma pneumonia bilateral.

Nos dias seguintes, a situação era crítica, mas estável, e os médicos afirmaram que o papa Francisco “não estava fora de perigo”. Ele não apresentava febre e seguia com suas atividades. No dia 22 de fevereiro, Francisco teve crise respiratória asmática prolongada e precisou de uma transfusão de sangue após uma trombocitopenia associada à anemia ser identificada.

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O papa Francisco recebeu alta do hospital Gemelli, em Roma, no dia 23 de março, após 37 dias de internação. Na mesma data, ele fez a primeira aparição aos fiéis desde que foi internado, momentos antes de deixar o hospital.

Os médicos recomendaram que ele ficasse em repouso pelos próximos dois meses e mantivesse alguns cuidados. Encontros frequentes com pessoas, especialmente grandes grupos, estavam desaconselhados, para que o papa Francisco não estivesse exposto ao contato com novos vírus, assim como atividades com esforço.

No domingo (20), o papa Francisco havia participado da missa de Páscoa na praça São Pedro, no Vaticano. Como ainda estava se recuperando, ele não fez o sermão, mas falou brevemente aos fiéis:

— Não podemos estacionar nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria.

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*Com informações do g1

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