Vestindo seu tradicional terno com colete e camisa azul, Paul McCartney subiu ao palco da Ressacada, em Florianópolis, na noite de sábado (19) para apresentar a turnê Got Back, que vem rodando o mundo desde 2022. O repertório, com poucas alterações em relação a shows anteriores, incluiu clássicos que Paul domina. Para Floripa, porém, a noite foi histórica: a segunda (e talvez última) vez que um dos maiores artistas vivos se apresenta neste pequeno “pedaço de terra perdido no mar”.

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Paul já esteve em Floripa em 2012, com a turnê On the Run. Desta vez, retornou em uma nova fase da Got Back, que no ano passado incluiu oito shows no Brasil — nenhum na capital catarinense. Mas o Sir soube compensar a espera. Fez um show repleto de hits, manteve a energia lá em cima por quase três horas, esbanjou falas em português com o público e ainda saudou a população local:

— E aí, manezinhos! Boa noite, Floripa! — disse, no início do show.

Os 33 mil fãs presentes na Ressacada retribuíram com entusiasmo. Puxaram um coro logo no início, em Letting Go, fazendo o astro confessar que estava “sentindo” a música. Lágrimas rolaram na plateia em vários momentos. E não havia limite de idade — Paul mostrou a grandeza de quem é capaz de unir gerações e encantou desde os jovens da gen z até idosos do tempo da beatlemania.

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— Estou com 70 anos, mas aqui sou uma adolescente — confessa a joinvilense Sonia Regina Machado, que foi ao seu 41° show de Paul McCartney.

— Lembro até hoje da sensação que tive quando ouvi o baixo do Paul pela primeira vez, quando eu tinha 14 anos. Não sei explicar, mas me arrepiei — conta Maria Fernanda Messias, de 24 anos, que veio de Cuiabá (MT) para o show, trajada com a roupa azul que o ídolo usa na capa do clássico álbum Sgt. Pepper’s.

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Um grande repertório

Paul subiu ao palco às 21h30min, meia hora depois do horário previsto para o início do show. O intervalo, no entanto, foi oportuno para que quem ainda estava no trânsito pudesse chegar à arena a tempo de ver a abertura do show. Houve muita reclamação sobre o trânsito no acesso à Ressacada. Pessoas levaram até quatro horas para chegar ao show e algumas preferiram seguir a pé no trecho final até o estádio.

No palco, o eterno beatle abriu o espetáculo com o clássico Can’t Buy Me Love e apresentou 34 músicas. Houve alguns cortes em relação às últimas apresentações, em São Paulo, na Argentina, no Chile e no Uruguai. Paul seguiu o script inclusive nas interações com o público, que ocorreram nos mesmos momentos e, às vezes, com as mesmas falas em português. Em outras ocasiões, no entanto, entregou interações “personalizadas” aos manezinhos, com expressões populares como “dás um banho” e convocando “toda a raça” a cantar — em um bom sotaque britânico, é claro.

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Musicalmente, o ex-Beatle entregou mais que um bom feijão com arroz. Esbanjou carisma e disposição, aos 82 anos, revezando instrumentos (baixo, violão, piano, banjo e ukulele) como se estivesse brincando. Ostentou um catálogo musical invejável, mesclando hits com canções menos conhecidas e mostrando por que, afinal, é um dos compositores mais prolíficos da história da música.

Um dos momentos mais emocionantes do show foi com Now And Then, novidade desta fase da turnê. Lançada no ano passado com a ajuda de inteligência artificial a partir de uma fita deixada por John Lennon, a faixa foi dedicada ao músico a quem Paul chamou, em português, de “meu irmão”.

— O Paul é um cara apaixonado pelos Beatles e pela cultura dos Beatles. É isso que ele mostra ali no palco — pontuou o fã paranaense Daniel Montanher, de 47 anos.

Em Live and Let Die, trilha sonora de filmes de James Bond, o agente secreto 007, um show de fogos invadiu o céu da Ressacada a e deu ainda mais ação a quem acompanhava ao espetáculo. Paul encerrou com a emocionante Hey Jude, se despediu e depois voltou ao palco para o bis com uma série exclusiva dos Beatles, finalizando com Golden Slumbers. O público saiu em êxtase.

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A verdade é que, para a maioria das pessoas que lotaram a Ressacada neste sábado (19), pouco importa quantas vezes Paul cantou Hey Jude e Let It Be nos últimos dois anos. O que vale é oportunidade de assistir a essas músicas ao vivo.

— É a trilha sonora da minha vida — emocionou-se o morador de Florianópolis Giuliano Cretoiu, de 42 anos, ao deixar o estádio.

Floripa agradece, Sir Paul McCartney. E passa, a partir de agora, a vislumbrar um futuro em que artistas da sua grandeza possam vir com mais frequência.

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Veja fotos do show

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Veja o setlist

  • Can’t Buy Me Love
  • Juniors Farm
  • Letting Go
  • Drive My Car
  • Got To Get You Into My Life Come On To Me
  • Let Me Roll It
  • Getting Better
  • Let ‘Em In
  • My Valentine
  • 1985
  • Maybe I’m Amazed
  • I’ve Just Seen a Face
  • In Spite Of All The Danger
  • Love Me do
  • Dance Tonight
  • Blackbird
  • Here Today
  • Now And Then
  • New
  • Lady Madonna
  • Jet
  • Mr Kite
  • Something
  • Obla Di Obla da
  • Band On The Run
  • Get Back
  • Let It Be
  • Live And Let Die
  • Hey Jude
  • I’ve Got a Feeling
  • Birthday
  • Sgt Pepper / Helter Skelter
  • Golden Slumbers

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