A esposa de Adalberto Amarilio dos Santos Junior, encontrado morto em um buraco de três metros de profundidade próximo ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, deu entrevista ao Fantástico falando sobre o caso. Ele havia desaparecido na noite de sexta-feira (30) após participar de um festival de motos no local.
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Ainda restam muitas perguntas sem respostas sobre o caso. Conforme a esposa, Adalberto passou a tarde no evento com um amigo, onde experimentou motos, circulou pelos estandes e assistiu a um show. Às 21h, se despediu e mandou mensagem avisando que estava indo jantar, mas nunca chegou em casa.
— Eu não entendo por que fizeram isso com ele. Eu preciso de respostas — disse a esposa, que não quis se identificar, em áudio enviado ao Fantástico.
No sábado, parentes encontraram o carro do empresário estacionado perto do kartódromo de Interlagos. O GPS do celular indicava que ele ainda estava no autódromo, até que o sinal desapareceu. As buscas começaram no mesmo dia. O corpo foi descoberto por um operário da obra e identificado pela aliança.
— O Júnior sempre foi uma pessoa tão boa, não tinha inimigos, não tinha nada. Não estou entendendo o que aconteceu. É um pesadelo que eu não desejo para ninguém. Para ninguém, nem para a pessoa com a maior maldade no coração — disse a esposa.
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Veja fotos do empresário
Hipóteses da polícia
A polícia trabalha com a possibilidade de que Adalberto tenha sido colocado no buraco ainda com vida, mas desacordado.
— Pode ter sido por uso de droga, excesso de bebida alcoólica ou algum golpe que o deixou sem reação — disse a delegada Ivalda Leixo, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil de São Paulo.
O empresário estava sem calças, sem tênis e sem a câmera acoplada ao capacete, mas com carteira, celular, chave do carro e outros pertences.
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— Detalhes intrigantes. Não parece um roubo — observou a delegada.
Manchas de sangue foram encontradas no interior do carro, mas o corpo não apresentava sinais de violência externa. O Instituto de Criminalística usou drones e scanner 3D para registrar a cena do crime.
— Imortalizamos tridimensionalmente o local. Se for necessário, podemos revisitar a cena exatamente como ela estava — explicou Ricardo Ortega, diretor do instituto.
A polícia refez os possíveis caminhos que Adalberto poderia ter feito até o local onde foi encontrado. Um deles passa por uma passagem estreita, difícil de atravessar à noite. Outro segue por uma pista desativada, próxima à área em obras.
Manchas de sangue foram encontradas em diferentes partes do interior do carro. Nenhuma digital foi encontrada no veículo.
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— Isso é mais intrigante ainda, porque o corpo não apresentava sinais de violência externa. Apenas uma escoriação, que pode ter sido causada por uma queda — disse a delegada.
Empresário bebeu e fumou maconha
Durante a semana, agentes com cães farejadores procuraram pelas roupas desaparecidas. Uma calça foi encontrada, mas não foi reconhecida pela esposa. Outra peça foi vista em uma lixeira, mas já havia sido recolhida por garis.
A polícia ouviu Rafael Albertino Aliste, amigo que estava com Adalberto no evento. Ele contou que os dois tomaram oito cervejas e fumaram maconha. Disse que o empresário estava um pouco agitado. No dia seguinte, Rafael foi assaltado e teve a moto e o celular levados.
A polícia aguarda os resultados de exames laboratoriais para esclarecer o caso. A partir desta segunda-feira (9), os investigadores devem ouvir os organizadores e trabalhadores do evento, incluindo a equipe de segurança.
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— O mistério vai ser resolvido. É só uma questão de tempo. Já deixaram um rastro, que é o sangue — afirmou a delegada.
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