A Polícia Federal descobriu a prova documental de que o ex-juiz Sérgio Moro grampeou autoridades com foro de prerrogativa de função usando delatores no Paraná. As informações foram divulgadas pela colunista Daniela Lima, do UOL, nesta quarta-feira (17).
Continua depois da publicidade
Segundo a colunista, as provas foram encontradas durante busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, em uma ordem de busca e apreensão expedida pelo ministro Dias Toffoli. O UOL teve acesso a um grampo de 40 minutos do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Heinz Herwig, e ao despacho judicial que comprovam a ordem de monitoramento.
No documento, de julho de 2025, Moro exige que o colaborador Tony Garcia tentasse gravar “novamente” a autoridade, alegando que as gravações anteriores eram “insatisfatórias para os fins pretendidos”.
O material apreendido pela PF contém relatórios de inteligência, traz a transcrição de escutas a desembargadores do TRF-4 e políticos com foro privilegiado, sustentando as queixas de delatores de que o ex-juiz os usava para monitorar autoridades fora de seu alcance legal.
A PF também apreendeu registros de gravações envolvendo desembargadores que integravam à época o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsável por revisar decisões da Justiça Federal no Paraná.
Continua depois da publicidade
O ministro Dias Tóffoli apura denúncias de que delatores teriam sido usados para monitorar autoridades fora do alcance legal de Moro. O objetivo, segundo Daniela Lima, era de pressioná-las posteriormente. O procedimento tramita sob sigilo.
Moro nega as acusações e afirma que se baseiam em relatos fantasiosos de criminosos condenados.

