Há uma semana, o empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 35 anos, era encontrado morto em um buraco de três metros de profundidade no autódromo de Interlagos, em São Paulo. A Polícia Civil aguarda os laudos periciais que podem esclarecer as circunstâncias da morte.

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O principal foco das investigações é o sangue encontrado no carro da vítima, abandonado em um estacionamento próximo ao local, de acordo com a Folha de S.Paulo. Amostras do material foram enviadas para análise no Instituto de Criminalística, que deve confirmar se o sangue é de Junior ou de outra pessoa.

A família de Junior notou o seu sumiço na noite de 30 de maio, horas após ele sair com um amigo, Rafael Albertino Alieste, para um evento de motocicletas em Interlagos. O corpo foi localizado no dia 3 de junho, sem calça e sem sapatos, mas com um capacete na cabeça.

Desafios e contradições

Uma primeira análise dos peritos não achou marcas, fraturas ou lesões no corpo de Junior. O celular da vítima foi apreendido para perícia. Um outro ponto ainda sem explicação é onde foi parar a câmera que deveria estar acoplada no capacete.

Um complicador para as investigações é que familiares acessaram o carro antes da polícia. A esposa de Junior, a farmacêutica Fernanda Dandalo, afirmou em depoimento que, ao encontrar o veículo no dia 31, pediu a parentes que buscassem a chave reserva. Eles reviraram o carro e só notaram uma blusa da vítima no banco.

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Fernanda também relatou que Rafael, o último a ver Junior vivo, garantiu que ele havia deixado o evento sem sinais de embriaguez — apesar de, em seu depoimento, o amigo admitir que ambos beberam e fumaram maconha no local.

Veja fotos do empresário

Hipóteses da polícia

A polícia trabalha com a possibilidade de que Adalberto tenha sido colocado no buraco ainda com vida, mas desacordado.

— Pode ter sido por uso de droga, excesso de bebida alcoólica ou algum golpe que o deixou sem reação — disse a delegada Ivalda Leixo, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil de São Paulo,a o Fantástico.

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O empresário estava com carteira, celular, chave do carro e outros pertences.

— Detalhes intrigantes. Não parece um roubo — observou a delegada.

O Instituto de Criminalística usou drones e scanner 3D para registrar a cena do crime.

— Imortalizamos tridimensionalmente o local. Se for necessário, podemos revisitar a cena exatamente como ela estava — explicou Ricardo Ortega, diretor do instituto.

A polícia refez os possíveis caminhos que Adalberto poderia ter feito até o local onde foi encontrado. Um deles passa por uma passagem estreita, difícil de atravessar à noite. Outro segue por uma pista desativada, próxima à área em obras.

Durante a semana, agentes com cães farejadores procuraram pelas roupas desaparecidas. Uma calça foi encontrada, mas não foi reconhecida pela esposa. Outra peça foi vista em uma lixeira, mas já havia sido recolhida por garis.

— O Júnior sempre foi uma pessoa tão boa, não tinha inimigos, não tinha nada. Não estou entendendo o que aconteceu. É um pesadelo que eu não desejo para ninguém. Para ninguém, nem para a pessoa com a maior maldade no coração — disse a esposa, ao Fantástico.

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