Fundado em 1952 na Califórnia, Estados Unidos, o Miss Universo ficou conhecido como um dos maiores concursos de beleza do mundo. Entretanto, em 2025, tem recebido o título de edição mais polêmica da história, com casos que vão de insultos públicos a renúncia de participantes e acusações de fraudes.

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O Miss Universo deste ano contou com mais de 120 representantes e teve como país anfitrião a Tailândia, na Ásia. A competição ocorreu ao longo de três semanas, com as concorrentes ao título master participando de ensaios e eventos.

A coroa ficou com a representante do México, Fátima Bosch, de 25 anos, na última nesta sexta-feira (21), em uma cerimônia em Bangkok.

Briga entre diretor e Miss México

A primeira grande polêmica envolvendo o concurso aconteceu em 4 de novembro. Tudo começou quando Nawat Itsaragrisil, diretor do Miss Universo na Ásia e Oceania, chamou Fátima Bosch, de “estúpida” por, segundo ele, não publicar conteúdo suficiente sobre a Tailândia nas redes sociais.

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Durante a situação, transmitida ao vivo na internet, ele também aparece pedindo a intervenção da equipe de segurança, momento que a Miss deixa o local.

Candidatas de vários países se levantaram em apoio à mexicana, mas foram repreendidas quando Nawat ordenou que “quem quisesse continuar” se sentasse. A gravação viralizou na internet.

O caso chegou até a presidente do México, Claudia Sheinbaum, que elogiou Bosch por enfrentar a situação. “Em eventos públicos, as mulheres ficam mais bonitas quando levantam suas vozes e participam”, afirmou na internet.

A Organização Miss Universo também condenou publicamente o comportamento do diretor.

— Não permitirei que os valores de respeito e dignidade para com as mulheres sejam violados — disse o presidente do concurso, Raúl Rocha, durante o evento.

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Poucos dias depois, em 6 de novembro, Nawat chorou ao falar sobre o desentendimento.

— Gostaria de pedir desculpas a todos. Eu não tinha ideia da dimensão que este problema tomaria — disse em coletiva.

— Sou humano. Todos sabem que os últimos dias foram de muita pressão — acrescentou.

Miss Jamaica sofre queda e vai parar na UTI

Gabrielle Henry, de 28 anos, representante da Jamaica, caiu para fora do palco em um desfile preliminar do concurso em 19 de novembro.

Em vídeos compartilhados na web, é possível ver a modelo sendo carregada em uma maca após o tombo. Por conta do acidente, a participante foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não concorreu ao título.

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A organização do Miss Universo atualizou, nesta segunda-feira (24), o quadro de saúde de Gabrielle.

“Por respeito à sra. Henry e sua família, a Organização mantém sigilo absoluto sobre detalhes específicos de seu estado de saúde. Acreditamos que assuntos relacionados devem ser comunicados apenas no momento apropriado e exclusivamente a critério da família ou pela própria sra. Henry, caso ela decida fazê-lo”, disse o comunicado assinado pelo presidente Raul Rocha Cantú.

A nota ainda informa que Gabrielle recebeu todo o apoio da equipe. “É importante esclarecer que, desde o momento em que ocorreu o acidente do palco, medidas imediatas foram tomadas para garantir sua segurança e bem-estar”, acrescentou o presidente.

Juiz diz que concurso foi manipulado

Dois juízes desistiram de forma inesperada da competição dias antes da coroação da vencedora. O compositor Omar Harfouch chegou a dizer no Instagram que havia renunciado alegando que havia um painel secreto de juízes que já havia pré-selecionado as 30 melhores concorrentes antes da final.

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“Eu não poderia ficar diante do público e das câmeras de televisão, fingindo legitimar um voto no qual nunca participei”, disse Harfouch em uma declaração.

Um segundo juiz, o ex-jogador de futebol francês Claude Makélélé, desistiu no mesmo dia, citando “razões pessoais imprevistas”. “Eu tenho o maior respeito pelo Miss Universo”, disse ele no Instagram.

A Organização Miss Universo se pronunciou sobre as alegações de Harfouch:

“A Organização Miss Universo esclarece firmemente que nenhum júri improvisado foi criado, que nenhum grupo externo foi autorizado a avaliar as delegadas ou selecionar finalistas, e que todas as avaliações da competição continuam a seguir os protocolos estabelecidos, transparentes e supervisionados da MUO”.

Prisão de coproprietária

A Justiça da Tailândia determinou a prisão da empresária Jakapong Jakrajutatip, executiva do grupo JKN Global e coproprietária do Miss Universo.

De acordo com informações fornecidas por um funcionário da Justiça local, nesta quarta-feira (26), ela é acusada de envolvimento em uma fraude estimada em quase 30 milhões de bahts tailandeses, valor que corresponde a cerca de R$ 5 milhões.

A denúncia partiu de um cirurgião plástico que afirma ter sido convencido, em 2023, a investir na empresa sem acesso a informações completas sobre a real situação financeira da companhia.

Candidatas renunciam aos títulos após edição polêmica

Além da ordem de prisão, o concurso enfrenta uma renúncia de participantes após o final da competição. A costa-marfinense Olivia Yacé, que ficou entre as cinco primeiras colocadas, anunciou na segunda-feira (24) que está deixando o Miss Universo 2025 e também abriu mão do título de rainha continental da África e Oceania. Na justificativa, afirmou que a decisão está ligada ao compromisso com os seus princípios e valores.

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A Miss Estônia, Brigitta Schaback, também revelou no domingo (23) que decidiu deixar o Miss Universo Estônia por discordar da conduta da diretoria nacional.

Segundo ela, o senso de propósito está ligado ao empoderamento feminino e, por isso, continuará atuando de forma independente. Brigitta já havia indicado incômodo durante as fases preliminares ao afirmar que enfrentou perguntas inadequadas para o perfil do concurso.

A repercussão se ampliou com manifestações de organizações nacionais que pedem esclarecimentos sobre a votação. A direção do Miss France, um dos concursos mais tradicionais do mundo, afirmou que pode desistir da participação em 2026 se não houver respostas claras.

Em comunicado, os organizadores justificaram a pressão destacando que, por representarem marcas e pagarem taxas ao Miss Universo, esperam transparência.

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*Com informações do g1, O Globo e CNN.