A agricultura de Santa Catarina caiu 4,3% no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). Fatores climáticos foram os principais responsáveis pela desaceleração deste setor.

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Os resultados da agropecuária, que recuou -0,3% nos primeiros meses do ano, vieram na contramão dos outros setores de Santa Catarina. O volume de serviços teve crescimento de 7,6% , o varejo, de 6,8%, e a indústria de transformação cresceu 4,3%.

Conforme o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuário do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, o Estado teve perdas significativas nas lavouras de soja e milho por conta da estiagem. Isso foi o que mais contribuiu para a desaceleração da agropecuária no PIB catarinense.

A produção de outros produtos como a maçã, trigo, arroz e tomate também foi afetada pela falta de chuva. Segundo estimativa da Epagri, a colheita da última safra da maçã somou cerca de 82 mil toneladas a menos do projetado antes dos efeitos climáticos.

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Crise na suinocultura

O vice-presidente da Faesc também destaca a crise da suinocultura no Estado, por conta dos altos preços dos grãos. Ele explica que o custo de produção aumentou muito, mas o mercado não aceitou os repasses de preços. Ou seja, o consumo diminuiu e houve excesso de produção.

Nós estamos tendo uma forte crise de preços pagos aos produtores de suínos independentes em Santa Catarina. É uma atividade que quase terminou. Porque o custo de produção em função do alto custo do milho e da soja subiram muito — destaca Enori.

Segundo ele, para produzir 1 kg de suínos era necessário cerca de R$ 8 nos últimos meses, mas a carne de porco estava sendo vendida a R$ 6.

Cenário deve melhorar

Para Enori, o cenário está melhorando, com a volta das chuvas. A oferta e demanda de carne de porco também começou a equilibrar-se. Em maio, os custos de produção de suínos baixaram depois de meses de alta.

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— Nós temos indicadores melhores agora. O grande desafio é se vamos conseguir fazer a próxima safra com juros equalizados. A safra do ano passado termina no próximo mês e a gente ainda não tem uma expectativa de como vai ser a próxima, mas a tendência é que melhore — destacou.

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