A Praia da Solidão, que está imprópria para banho pela primeira vez em 12 anos, não conta com rede de esgoto. A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) informou que não tem infraestrutura na localidade, que tem sistema individual de tratamento — ou seja, os moradores devem tratar o esgoto localmente, com o sistema de fossa/filtro e sumidouro.
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Em nota, a prefeitura de Florianópolis não apontou uma causa para o problema de balneabilidade, mas disse que se trata de uma situação pontual (veja nota completa abaixo).
Moradores, no entanto, relatam suspeitas de ligações irregulares de esgoto desde pelo menos 2023. Segundo relatos de pessoas que preferiram não se identificar, as irregularidades estariam comprometendo a água do Rio das Pacas, que desemboca na praia. A água do rio é muito usada por banhistas durante o verão.
Em janeiro de 2023, a situação foi relatada à prefeitura pelo canal no WhatsApp Alô Topázio, segundo um morador. No entanto, ele afirma que não teve retorno da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, responsável pela fiscalização.
— Nosso maravilhoso Rio das Pacas, que vem da cachoeira, está virando uma grande cloaca — relatou um morador.
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Questionada pelo NSC Total, a prefeitura disse que fiscaliza e faz vistorias de forma contínua, “com o objetivo de prevenir e coibir possíveis despejos irregulares nas diferentes regiões da cidade”.
Já a Casan informou que o novo Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do Sul da Ilha, que já obteve licença ambiental prévia (LAP) da Fundação Municipal de Meio Ambiente para ser construído, não inclui a Praia da Solidão. Conforme a empresa, o sistema irá atender os bairros da Armação e do Pântano do Sul.
Veja fotos da praia
Praia imprópria após 12 anos
O Instituto do Meio Ambiente (IMA) avaliou a água como imprópria em coletas nos dias 30 de setembro e 14 de outubro. De acordo com o histórico do órgão, a última vez que a praia havia tido resultados ruins de balneabilidade foi em fevereiro de 2013.
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Uma praia é considerada imprópria para banho quando a água está contaminada com a bactéria Escherichia coli, presente nas fezes de humanos e animais. No caso da praia da Solidão, na coleta do dia 30 de setembro, foi detectada uma concentração de 1.259 a cada 100 mililitros. Já no dia 14 de outubro, a concentração era de 2.400 bactérias por 100 mililitros.
O registro da coleta do dia 20 de outubro mostra que a concentração voltou à normalidade, de 10 bactérias por 100 mililitros.
O ponto segue impróprio porque as regras do IMA, estabelecidas em todo o Brasil pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), consideram os resultados de um conjunto de amostras coletadas ao longo de cinco semanas. Conforme a norma, para ser impróprio, 20% da amostra precisa ser superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros; ou caso na última coleta o resultado seja superior a 2.000 por 100 mililitros.
O que diz a prefeitura
“A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reforça que já realiza de forma contínua ações de vistoria e fiscalização com o objetivo de prevenir e coibir possíveis despejos irregulares nas diferentes regiões da cidade.
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A secretaria esclarece que se trata de uma situação pontual. A classificação foi alterada pois, das últimas cinco coletas realizadas, duas apresentaram valores da bactéria E. coli acima do limite estabelecido pela legislação.
De acordo com a metodologia vigente, um local é considerado “próprio” quando, em 4 das 5 últimas amostras, a concentração de E. coli é inferior a 800 NMP/100mL. Como este critério não foi atendido nas análises dos dias 30/09 e 14/10, o ponto foi classificado como impróprio. A última análise, realizada no dia 20/10, já apresenta a qualidade da água dentro dos padrões. A expectativa é que a condição de balneabilidade seja normalizada nas próximas coletas e segue sendo acompanhada pela Secretaria”
O que diz a Casan
“A Casan atua nas regiões em que possui infraestrutura instalada. No caso da praia da Solidão, que não possui sistema de esgoto operado pela Companhia, é responsabilidade dos moradores instalarem e manterem o sistema de fossa/filtro e sumidouro.”