O prefeito de Itapoá, Marlon Neuber (PL), foi preso na madrugada desta sexta-feira (9) na operação Mensageiro, do Gaeco, que apura suspeitas que envolvem a coleta e destinação de lixo em mais de 20 cidades catarinenses. O político voltava de férias no exterior quando foi abordado no aeroporto de Curitiba.

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Quando os agentes estiveram na prefeitura, na última terça-feira (6) — mesmo dia em que foi deflagrada a operação —, Neuber estava fora do Brasil. De acordo com o Ministério Público do Paraná, nesta sexta-feira, agentes do Gaeco fizeram escolta de um dos presos na operação do aeroporto de Curitiba até Santa Catarina. A reportagem confirmou que a pessoa era o prefeito de Itapoá.

A prisão foi às 3h20min, no pedágio de Garuva. O AN entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Itapoá, que não confirmou a prisão e também não se pronunciou oficialmente até a publicação desta reportagem.

O que é a megaoperação

Outros três prefeitos de Santa Catarina já haviam sido presos preventivamente na megaoperação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por suspeita de corrupção. São eles: Deyvison Souza, de Pescaria Brava, no Sul catarinense, Luiz Henrique Saliba, de Papanduva, e Antônio Rodrigues, de Balneário Barra do Sul, cidades do Norte de SC.

A investigação está relacionada a suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.

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Megaoperação que prendeu três prefeitos de SC já recolheu R$ 1,3 milhão

SC tem três prefeitos presos em megaoperação do Gaeco; veja quais são

Conforme o MP, os bens de 25 empresas e 11 pessoas foram bloqueados por ordem do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), totalizando R$ 282 milhões. Além disso, a Mensageiro já apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão em espécie. A quantia estava em casas e locais de trabalho dos investigados.

Também foram apreendidos 58 computadores, 85 celulares e 140 mídias eletrônicas. O material será utilizado em perícias das investigações. Até o momento, já foram cumpridos 16 mandados de prisão e 109 mandados de busca e apreensão.

Improbidade administrativa

Esta não é a primeira vez em que o prefeito é investigado por supostas irregularidades. Em 2018, em outro processo, Marlon Neuber foi afastado do cargo depois de ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) por improbidade administrativa. À época, uma ação civil pública deu início às investigações em 2002, quando ele era chefe de gabinete do então prefeito Ervino Sperandio. Ele estava sendo investigado por suposto envolvimento em um esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias com recursos federais.

O Tribunal Regional Federal determinou o afastamento do prefeito após a condenação, perda do cargo público e pagamento de multa. Na época, ele chegou a deixar o cargo, mas voltou após conseguir recurso na Justiça.

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Em dezembro de 2020, por conta dessa investigação, o prefeito renunciou ao cargo no último mês do primeiro mandato. Segundo justificou em vídeo, decidiu renunciar para “dar cumprimento à decisão judicial de 2018” do TRF4. Como foi reeleito, no entanto, retornou à prefeitura em janeiro de 2021.

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