O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi afastado do cargo por decisão judicial nesta terça-feira (18). O diretor-executivo de finanças e controladoria do banco, Dario Oswaldo Garcia Junior, também foi afastado. As informações são do g1.
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A medida ocorre no âmbito da operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e outros quatro diretores da instituição.
Segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Paulo Henrique Costa está nos Estados Unidos.
Em nota, o BRB informou que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master”.
Tentativa anterior do BRB de comprar o Master
O BRB já havia tentado adquirir o banco de Daniel Vorcaro. O anúncio foi feito em março deste ano, mas a operação foi vetada cinco meses depois pela diretoria colegiada do Banco Central. O acordo previa que o BRB adquirisse 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master.
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Em setembro, porém, o BC negou a operação, alegando que o pedido não atendia a requisitos essenciais, incluindo a ausência de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira da transação.
A aprovação do BC era o passo decisivo para concluir o negócio, já aprovado previamente pelo Cade, em junho. A Câmara Legislativa do Distrito Federal também havia autorizado a compra em processo acelerado, com apoio do governador Ibaneis Rocha.
Operação prende dono do Master
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (18) Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, em São Paulo. A prisão faz parte da operação Compliance Zero, que cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo da ação é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional. São investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
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As investigações começaram em 2024, após pedido do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Os títulos seriam vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
A prisão de Daniel acontece um dia após um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master. A defesa dele ainda não foi localizada pela reportagem.
O que diz o BRB
“O BRB reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.
O Banco informa, ainda, que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira (19). A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias.
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A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades. O Banco segue operando normalmente, garantindo a continuidade integral dos serviços e preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda a sua estrutura operacional”.

