O primeiro dia de greve dos servidores municipais de Florianópolis trouxe impactos aos serviços públicos na manhã desta quarta-feira (31) principalmente na saúde e educação. A categoria decretou estado de greve por tempo indeterminado após assembleia na terça (30). Eles reivindicam valorização salarial e a não privatização dos serviços municipais. Já a prefeitura informou que entrará na Justiça contra o movimento.

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Na educação, a maioria dos pais conseguiu deixar os filhos nas escolas durante a manhã. Na Creche Hassis, na Costeira do Pirajubaé, por exemplo, 50% das turmas vão receber atendimento, enquanto nas demais as aulas foram suspensas. Os responsáveis foram orientados, por meio de um aplicativo de mensagens, sobre as classes que teriam ou não atividades nesta quarta.

Ao todo, a Capital tem 85 creches e 39 escolas. De acordo com a prefeitura, das 124 unidades, sete estão sem atendimento, enquanto nas demais há o atendimento total ou parcial. Nesta quarta-feira, um levantamento deve ser feito para determinar os profissionais que aderiram a greve e, com isso, orientar pais e responsáveis se devem ou não levar os filhos às escolas.

Além disso, o município informou que planeja antecipar as férias escolares para garantir o cumprimento dos dias letivos nas unidades que tiveram o atendimento suspenso por conta da greve.

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A previsão do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sitrasem) é de que a adesão seja entre 70 a 80% do total da categoria. A orientação da Secretaria de Educação é de que os pais liguem nas escolas para saber se haverá aula.

Já na saúde, a maioria dos postos seguia com atendimento normal até as 11h desta quarta-feira. No Centro da Saúde da Trindade, no entanto, grande parte dos servidores aderiu ao movimento, e o local está atendendo apenas moradores da região e em casos de urgência e emergência. A farmácia também segue funcionando. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul não há previsão de paralisação por conta da greve.

Conforme a prefeitura, 15,93% dos profissionais efetivos da saúde aderiram à greve, afetando o serviço de 37 Centros de Saúde, dois CAPS e três policlínicas. (confira abaixo)

A orientação é de que as pessoas que precisam de atendimento liguem no Alô Saúde Floripa, pelo telefone 0800 333 3233, antes de irem até algum centro de saúde. O município informou, ainda, que planeja a possibilidade de iniciar atendimento por telemedicina em vídeo com médicos nos próximos dias.

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Confira os Centros de Saúde afetados:

Distrito Centro

  • Agronômica (29% dos profissionais em greve)
  • Centro
  • Córrego Grande
  • Itacorubi (30% dos profissionais em greve)
  • Monte Serrat
  • Prainha
  • Saco Grande (28% dos profissionais em greve)
  • Trindade

Distrito Continente

  • Abraão
  • Balneário
  • Capoeiras
  • Coloninha (27% dos profissionais em greve)
  • Estreito
  • Monte Cristo
  • Novo Continente
  • Sapé(50% dos profissionais em greve)
  • Vila Aparecida

Distrito Norte

  • Barra da Lagoa
  • Cachoeira do Bom Jesus
  • Canasvieiras
  • Ingleses
  • Jurerê (44% dos profissionais em greve)
  • Rio Vermelho
  • Santinho
  • Santo Antônio de Lisboa

Distrito Sul

  • Alto Ribeirão (66% dos profissionais em greve)
  • Armação
  • Campeche
  • Canto da Lagoa
  • Costa da Lagoa
  • Costeira do Pirajubaé (26% dos profissionais em greve)
  • Fazenda do Rio Tavares
  • Lagoa da Conceição
  • Pântano do Sul
  • Rio Tavares
  • Tapera

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CAPs com serviços afetados pela greve:

  • CAPs AD Ilha
  • CAPs Ponta do Coral

Policlínicas com serviços afetados pela greve:

  • Poli Centro
  • Poli Sul
  • Poli Continente

Entenda o caso

A decisão de paralisação ocorreu em assembleia com cerca de 5 mil pessoas após mais uma rodada de acordo frustrada, na segunda (30), conforme informou o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sitrasem). Na ocasião, a prefeitura manteve sua posição de terceirizar os serviços municipais, o que caminha contra a reinvindicação dos servidores.

A categoria pede cumprimento dos planos de carreira e valorização salarial, concurso público e não privatização e terceirização dos serviços. O grupo aguarda agora uma nova proposta da prefeitura.

Em nota, a prefeitura lamentou a decisão dos servidores e afirmou que as negociações estavam abertas com proposta de “aumento real de salário por parte da prefeitura”, que os movimentos de greve são “considerados ilegais pela justiça”, e, por isso, a administração vai acioná-la para que os serviços não sejam paralisados de forma total. Na educação, o órgão prevê antecipar as férias escolares para que “alunos não sejam prejudicados com a paralisação”.

— O sindicato se diz contra o modelo de organização social nas UPAs [terceirização] mas prova cada vez mais a importância desse modelo de administração. É o que vamos fazer durante a greve: contratar profissionais de fora para não deixar a população sem atendimento — disse o prefeito Topázio Neto.

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