O presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou nesta quarta-feira (3) que “não há desproporção nas relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos”, e que o país americano está usando a guerra na Ucrânia para justificar as tarifas contra o Brasil. As declarações foram em Pequim, durante a participação de Putin no desfile militar da China. As informações são da CNN.
Continua depois da publicidade
O líder russo apontou que o governo dos EUA usam a guerra como pretexto para resolver “questões de caráter econômico em relação a países cujas ligações desagradam alguém”. No entanto, o decreto assinado por Trump que determina tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e a carta direcionada para o presidente Lula, não citam a guerra na Ucrânia.
A fala de Putin está relacionada aos avisos de Trump sobre possíveis taxações para países compradores de petróleo russo.
Putin disse, ainda, que há “problemas internos em Brasília entre quem está no governo atualmente e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar e está sendo julgado por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado de outros sete réus.
— Há problemas internos lá, em arranjos políticos, incluindo as relações entre as autoridades atuais e o ex-presidente Bolsonaro. O que a Ucrânia tem a ver com isso? Nada — disse Putin.
Continua depois da publicidade
Para o presidente da Rússia, não há desequilíbrio econômico entre o Brasil e os EUA.
— Existe uma desproporção no comércio entre os EUA e a Índia, os EUA e a China, mas não há desproporção nas relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos — afirmou.
Compra de petróleo e fertilizantes russos pelo Brasil
O Brasil é um dos maiores compradores de petróleo e fertilizantes russos. As importações aumentaram mais de 300 vezes desde o início da guerra, atingindo U$ 5,3 bilhões em 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Leia também
Governo dos EUA questiona bancos brasileiros sobre aplicação de Lei Magnitsky contra Moraes
Juros altos e tarifaço dos EUA reduzem ritmo de novos empregos em SC