Ainda Estou Aqui chegará mais longe do que qualquer outro filme já produzido no Brasil no próximo domingo (2), quando concorrer ao Oscar 2025. O longa de Walter Salles está indicado em três categorias, incluindo a principal da noite, de Melhor Filme, um feito inédito para uma produção nacional. Analisando a campanha pela premiação até agora, as chances são de que Ainda Estou Aqui leve ao menos uma estatueta.

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O filme brasileiro subiu todos os degraus para chegar ao Oscar como um dos longas mais competitivos entre os indicados. Desde a estreia aclamada no Festival de Veneza, em setembro de 2024, a produção fez uma intensa campanha junto à Academia, promovendo exibições especiais para votantes e entrevistas com Fernanda Torres, por exemplo.

Outros fatores externos — como o adiamento da votação para os indicados e as polêmicas envolvendo Emília Pérez — também contribuíram para o sucesso sem precedentes para um filme brasileiro. A seguir, veja como Ainda Estou Aqui chega ao Oscar nas três categorias em que concorre.

Favoritismo em Melhor Filme Internacional

A categoria de Melhor Filme Internacional é a que dá as melhores chances de vitória para Ainda Estou Aqui. Junto a Emília Pérez, o filme brasileiro é o mais popular na lista de indicados, que inclui também The Seed of the Sacred Fig (Alemanha) e Flow (Letônia) e The Girl With the Needle (Dinamarca). Apenas os dois foram indicados à categoria principal da noite, de Melhor Filme — o que já garante que mais membros da Academia os assistam e, possivelmente, votem neles.

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Inicialmente, as maiores chances de levar o prêmio estavam com Emília Pérez, que foi o filme com o maior número de indicações ao Oscar deste ano. O longa francês, porém, perdeu uma força considerável no final de janeiro, quando vieram à tona declarações de cunho racista e xenofóbico da protagonista, Karla Sofía Gascón. Isso tirou o favoritismo do francês e colocou sobre o próximo da fila: Ainda Estou Aqui.

Poucas chances em Melhor Filme

Já na categoria de Melhor Filme, as chances de Ainda Estou Aqui são consideradas remotas. O favorito é Anora, de Sean Baker, que garantiu os dois maiores prêmios dos sindicatos dos diretores e dos produtores dos Estados Unidos.

Além dele, Conclave e O Brutalista também aparecem como fortes candidatos. Eles são beneficiados principalmente pelo sistema de votação da categoria, no qual os votantes classificam os indicados por ordem de preferência — o que tende a beneficiar filmes menos polêmicos, com apelo mais amplo, diferentes de Emília Pérez, por exemplo.

Chances moderadas em Melhor Atriz

Na categoria de Melhor Atriz, Fernanda Torres, protagonista de Ainda Estou Aqui, tem boas chances de levar a estatueta, mas não é favorita. Sua vitória no Globo de Ouro deu um impulso significativo à sua campanha, consolidando-a como uma das performances mais marcantes do ano. No entanto, a competição é acirrada. Demi Moore, por seu trabalho em A Substância, e Mikey Madison, por Anora, são as grandes favoritas.

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Alguns críticos especulam que a divisão de votos entre Moore e Madison pode beneficiar a brasileira. No entanto, com mais de 10 mil votantes na Academia, é difícil prever se essa suposta “terceira via” que elegeria Fernanda Torres teria força suficiente. A categoria de atuação, vale lembrar, costuma ser uma das mais imprevisíveis do Oscar.

Saiba mais sobre a campanha de Ainda Estou Aqui no Oscar

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