O lançamento do primeiro foguete comercial orbital a partir do Brasil, ocorrido na noite de segunda-feira (22), não teve o desfecho esperado. A aeronave apresentou anomalias técnicas e explodiu cerca de 40 segundos depois de deixar o solo. O disparo foi feito no Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão, e que é administrado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
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O foguete, do modelo Hanbit-Nano, foi fabricado pela empresa sul-coreana Innospace, que era a responsável por toda a parte técnica do lançamento, e sua entrada em órbita espacial era parte da Operação Spaceward 2025, uma parceria entre a FAB e a companhia asiática, com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Apesar de não chegar ao espaço, o lançamento ocorreu de maneira esperada, e toda a parte brasileira da operação foi realizada com excelência, o que representa um avanço considerável para a ciência espacial no país.
E Santa Catarina não foi apenas um espectador dessa missão. O estado foi um dos protagonistas na Operação Spaceward 2025. Mas qual foi a participação catarinense?
Satélites produzidos pela UFSC a bordo do foguete
A aeronave levava cinco satélites para o espaço. Dois deles desenvolvidos em Santa Catarina – os nanossatélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, produzidos pelo SpaceLab, Laboratório de Pesquisa em Sistemas Espaciais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), iriam ao espaço com a missão de validar e aprimorar tecnologias nacionais, especialmente de gestão de energia e de comunicação.
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Mesmo que não tenha sido bem-sucedida, a Operação Spaceward 2025 representa um grande avanço para a ciência brasileira, e solidifica Santa Catarina como um dos principais centros de formação de engenheiros e cientistas especializados, e um polo estratégico na cadeia de suprimentos e inovação do emergente mercado espacial do Brasil.
— Esses satélites representam o amadurecimento de uma linha de pesquisa que vem sendo construída há anos, unindo ciência, tecnologia e formação de pessoas — afirma o professor Eduardo Bezerra, coordenador do SpaceLab.
O que dizem a Innospace e a AEB
Após quatro adiamentos, o foguete Hanbit-Nano da Innospace finalmente foi lançado ao espaço na noite de segunda-feira (22), explodindo cerca de 40 segundos após deixar o solo. Parte do PAD, a base de lançamento, também pegou fogo.
A Innospace informou que houve uma anomalia técnica durante o voo, e que já trabalha para identificar o problema. O CEO da empresa, Kim Soo-jon, divulgou uma carta pedindo desculpas pelo ocorrido e afirmando que todos os procedimentos de segurança foram tomados e que não houve danos humanos no acidente.
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A AEB ressaltou, em nota, que toda a parte de responsabilidade brasileira da operação foi realizada dentro da normalidade, e que a FAB vai fazer uma investigação técnica para descobrir o que causou a explosão.










