Mary Anderson patenteou o primeiro limpador de para-brisa em 1903, após observar um motorista de bonde lutando para enxergar através de uma janela embaçada durante uma viagem a Nova York. Sua invenção pioneira revolucionou a segurança rodoviária e continua a ser um elemento essencial em todos os veículos até hoje.
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O legado de Mary Anderson segue vivo até hoje, com mulheres desafiando a maioria masculina no mercado automobilístico. Tayrine Espindola é supervisora de Produtos da Autoimpact, líder em soluções de limpadores de para-brisa e referência no setor automotivo, e sabe bem disso.
Formada em Gestão de Tecnologia de Informação, uma área majoritariamente masculina, ela afima que já estava habituada e ser uma das poucas mulheres na sala.
— Ao longo de mais de 10 anos de carreira no segmento de tecnologia vivenciei diversas experiências com programação, web e design, tanto no setor privado quanto público. Esta bagagem me permitiu chegar até a Autoimpact e trazer um olhar mais analítico, primeiramente à frente do departamento de Marketing e posteriormente na área Comercial e de Produto — conta.
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Não quer dizer que não sinta desafios na pele. As mulheres desta indústria precisam, diariamente, superar estereótipos. Para Tayrine, é preciso demonstrar competência e conhecimento técnico para conquistar respeito e espaço. Ter mulheres em posições de liderança dentro das empresas também inspira outras a seguirem em frente.
— O mercado está evoluindo e cada vez mais empresas reconhecem o valor da diversidade. Mulheres trazem novas perspectivas e uma abordagem diferenciada para o setor — afirma.

Elas no setor automotivo
Em 2023, a proporção de mulheres na indústria automotiva chegou ao maior patamar desde 2017: 21%, segundo dados da pesquisa Diversidade no Setor Automotivo, feita pela Automotive Business. Em 2021, 19% do setor era composto por mulheres, e em 2019 a proporção era de 20%. Em 2017, mulheres dominavam 21% do setor.
No entanto, segundo o levantamento, apenas 0,6% das mulheres que trabalham no setor estão em cargos de alta liderança. Além disso, em 27% das empresas, homens ganham mais do que mulheres no mesmo cargo.
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Mesmo em cargos de liderança, mulheres ainda ganham 9,5% menos que os homens. Em média, elas permanecem menos também: a média entre as trabalhadoras é de cinco anos na empresa, enquanto homens tendem a ficar por 15 anos no mesmo local.
O cenário, no entanto, é promissor: 76% das empresas têm metas para equidade de gênero, e 63% das empresas têm programas estruturados para promover equidade de oportunidades entre os gêneros.
— Para as mulheres que desejam seguir carreira no setor automotivo, meu principal conselho é: acredite no seu potencial e não se deixe limitar por estereótipos. Busque conhecimento constantemente, construa uma rede de contatos, seja resiliente e confiante, além disso, apoie e inspire outras mulheres — aconselha Tayrine.
Mulheres que revolucionaram a indústria
Mary Anderson foi apenas uma das diversas mulheres que revolucionaram a indústria automobilística.
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Katharine Burr Blodgett, por exemplo, criou o vidro sem reflexo. Margaret A. Wilcox inventou o tão querido aquecedor de automóveis. Itens essenciais de segurança, como as setas direcionais e as luzes de frenagem, são creditadas a Florence Lawrence. Já Helen Blair Bartlett inventou o isolamento para a vela de ignição.
— Mesmo suprimidas e cheias de empecilhos culturais da época, essas mulheres alcançaram um papel espetacular no progresso da fabricação dos veículos modernos, demonstrando que a visão apurada e detalhada, característica do mundo feminino, foi essencial para a criação de soluções práticas para os problemas identificados no dia a dia — considera a supervisora de Produtos.
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