A professora Patricia Peterle, do Departamento de Língua e Literaturas Estrangeiras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tornou-se a primeira estrangeira a ser nomeada como integrante da Comissão Científica do Prêmio Strega Poesia, na Itália.
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A professora revela que o convite para integrar a comissão científica foi feito em janeiro de 2025. A comissão do prêmio, que busca valorizar a produção poética contemporânea e promover diálogos sobre a literatura na Itália e além, é formada por professores, editores e poetas.
— Fiquei muito contente, pois é um reconhecimento do trabalho que venho desenvolvendo sobre poesia italiana dentro e fora do Brasil — conta a docente.
Patricia lembra que a poesia tem uma circulação menor, apesar de ter seus adeptos, e quando se pensa na literatura italiana, esta fatia é ainda menor.
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— Então é um grande esforço de criar espaços para a sua circulação. Nos últimos anos, tenho sido convidada na Itália para participar de eventos e dar cursos sobre alguns autores, Zanzotto, Testa, Calandrone, Caproni, Anedda. Alguns tive a oportunidade de traduzir e publicar no Brasil. Fica meu agradecimento para as editoras que acreditaram nesses projetos — diz a pesquisadora.
— Fazer parte desta comissão é, então, realmente uma honra. Ler os mais de 160 livros inscritos, ou indicados para concorrer ao prêmio pela própria comissão, apesar do trabalho é um contato super potente com o que está e como se está escrevendo a poesia hoje. É algo que vibra.
A professora e pesquisadora permanecerá como integrante da comissão por um ano, podendo ser reconduzida. Ela explica que, conforme o regulamento, as pessoas que integram a comissão são “personalidades de prestígio e reconhecida fama”.
O objetivo do grupo é indicar as 12 obras concorrentes, numa primeira fase, e depois as cinco finalistas. A decisão final fica a cargo de um júri popular, chamado Amigos da Poesia, um grupo de 100 pessoas, do qual a comissão científica faz parte.
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Cada Amigo da Poesia pode votar em um único livro, e vencedor recebe 5 mil Euros e a obra leva o L’infinito Premio Strega de Emilio Isgrò. Na sexta-feira (21) foram divulgadas as 12 obras concorrentes em Milão. A divulgação das cinco obras finalistas ocorre no dia 7 de maio, no Museu MAXXI, na cidade de L’Aquila, e, em 8 de outubro será anunciada a obra vencedora.
Quem é a professora?
Nascida em São Paulo, a professora cursou a Escola Italiana Gugliemo Marconi, que funcionava dentro do Consulado Italiano, no centro da cidade. Essa formação foi um marco e definiu seus passos futuros. Fez o curso de Letras Português-Inglês na PUC-Rio. Começou a dar aulas de língua e cultura italiana em diferentes cursos, enquanto fazia o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 2009, se mudou para Florianópolis e começou a dar aulas de literatura e literatura italiana na UFSC. Colabora com o Rascunho, Antinomie e outros periódicos de circulação nacional e internacional. Junto com Andrea Santurbano e Fabio Pierangeli, é editora da revista Mosaico Italiano.
Patricia participa de vários conselhos de revistas internacionais. Além da atividade de crítica e de ensaísta, abriu um novo espaço de atuação que é a tradução literária e de textos filosóficos.
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Sobre o Prêmio Strega
Criado em 2023 como uma ramificação do consagrado Prêmio Strega, o Strega Poesia busca valorizar a produção poética contemporânea e promover diálogos sobre a literatura na Itália e além. Reúne especialistas, críticos e escritores para selecionar e premiar obras de grande relevância no campo da poesia.
Antonietas
Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

*Sob supervisão de Jean Laurindo
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