Edinho Silva foi eleito novo presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele tomará posse em agosto, durante um encontro nacional do PT, e comandará o partido pelos próximos quatro anos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (7) e as informações são do g1.

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Ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Dilma e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva contou com o apoio do presidente Lula e da ala dominante do partido, Construindo Um Novo Brasil (CNB). Ele vai substituir o mandato-tampão do senador Humberto Costa (PE) e os oito anos de gestão de Gleisi Hoffmann (PR).

Quem é Edinho Silva

Visto como um petista de perfil moderado e defensor da ampliação das pontes de diálogo do partido com outras alas da política nacional, Edinho tem defendido uma espécie de modernização do PT. Edinho Silva também tem avaliado que o partido se distanciou de suas bases e que precisa corrigir a estratégia.

Para ele, o PT enfrenta “dificuldades” e precisa reconstruir relações “onde o partido se afastou”:

— Precisamos de uma orientação clara da direção partidária para que possamos retomar o trabalho de base, retomar a política de nucleação e voltar a disputar corações e mentes junto à base da sociedade, especialmente nas periferias. Essa relação precisa ser fortalecida onde ela ainda existe e precisa ser reconstruída onde o partido se afastou, deixando de priorizar o diálogo com o Brasil real — declarou ao g1.

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A candidatura vitoriosa de Edinho foi maturada ao longo de meses dentro do PT. Inicialmente, o ex-ministro do governo Dilma foi alvo de resistência dentro da CNB — a corrente dominante do partido e representada por nomes como Gleisi e Lula. O conflito só baixou em abril, após apoio de Lula o recuo na disputa do prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá.

As eleições de 2026 são colocadas como o maior desafio da nova gestão nacional do PT. O partido defende a candidatura à reeleição ao Planalto de Lula, mas teme uma derrota. Pesquisas recentes do Datafolha apontam que 57% dos brasileiros acham que Lula não deveria tentar se reeleger no próximo ano. O atual presidente lidera em todos os cenários mapeados pelo instituto no primeiro turno, mas reduziu sua vantagem em simulações de segundo turno.

Como foi a votação

O PT realizou, no último domingo (6), o Processo de Eleições Diretas (PED), que escolheu os novos dirigentes do partido nos níveis nacional, estadual e municipal. O resultado foi proclamado mesmo com a indefinição sobre o pleito no diretório de Minas Gerais, que havia sido judicializado. A segunda instância do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) derrubou uma liminar nesta segunda e permitiu que a eleição no estado seja feita.

Em razão do uso de cédulas de papel no processo, a contagem está sendo feita de forma manual. Os dados finais devem ser divulgados ao longo dos próximos dias.

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A expectativa é que a chapa de sustentação de Edinho Silva, formada pela corrente dominante da sigla, Construindo Um Novo Brasil (CNB), também saia vitoriosa da votação. Isso garantirá predomínio do grupo dentro do diretório e da executiva nacional.

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