O atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, foi confirmado nesta quinta-feira (20) como o nome indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele vai substituir o ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou em outubro. A indicação foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e confirmou o favoritismo de Messias, apontado nos últimos meses como o favorito à vaga.

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Jorge Rodrigo Araújo Messias tem 45 anos, é graduado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pela Universidade de Brasília (UnB). Entrou no serviço público como procurador da Fazenda Nacional, em 2007.

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Messias ficou conhecido do grande público após ser citado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em um grampo telefônico em que a petista prometia entregar um termo de posse de Lula como ministro da Casa Civil, em 2016. O gesto foi criticado por ser visto como manobra para evitar possível prisão de Lula em caso de decisão de Sérgio Moro. Lula acabou não tomando posse, e foi preso dois anos e meio mais tarde. Na gravação do telefonema divulgada por Moro, Dilma pareceu se referir ao então subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência da República como “Bessias”, apelido que marcou a entrada dele no noticiário político.

Além do cargo ocupado no governo de Dilma, Messias também ocupou cargos em órgãos como Banco Central e Ministério da Ciência e Tecnologia.

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Nos últimos anos, Messias se manteve próximo do grupo de Lula e passou a ser um dos principais nomes da área jurídica do governo. Também tem o apoio de advogados do grupo Prerrogativas, ala de juristas progressistas, e até mesmo de parte da bancada evangélica, já que Messias pertence a essa religião.

O perfil de ministro progressista e evangélico e a proximidade com a ala de Lula e do PT eram trunfos do atual chefe da AGU para vencer a disputa pela indicação ao STF. Entre os nomes superados por ele está o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.